Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS CONFIRMADOS POR SARAMPO – BELÉM, PARÁ - 2018 A 2020
Introdução
Após o Brasil ter erradicado o sarampo a partir de 2016, recebendo o certificado de eliminação do vírus pela OPAS/OMS, em 2018 ele voltou a circular, causando surto no Estado do Pará, tendo seu primeiro caso confirmado na Semana Epidemiológica (SE) 24/2018 e o último na SE 04/2022. Durante este período, 10.055 casos foram notificados, sendo 54,4% (5.469) confirmados e 45,6% (4.586) descartados. Entre os casos confirmados para, 0,2% (12) evoluíram a óbito por sarampo.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho foi descrever o pefrfil epidemiológico de casos de óbito confirmados por sarampo no Município de Belém, entre 2018 a 2020.
Material e Métodos
A população do estudo correspondeu a 12 casos confirmados que evoluíram à óbito por sarampo entre os anos 2018 a 2020. As variáveis epidemiológicas utilizadas foram: sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, município de residência, vacinação contra Tríplice Viral (TV) e sinais e sintomas. Os dados foram obtidos por meio da base de dados do SINAN, banco qualificado das doenças exantemáticas do Estado do Pará, e estratificados por perfil clínico e epidemiológico.
Resultados e Conclusão
Observou-se que entre 2018 a 2020 houve, no Estado do Pará, total de 12 óbitos, sendo dois em 2018, um em 2019 e nove em 2020. O perfil epidemiológico, mostrou que os pacientes acometidos corresponderam ao sexo feminino com 58,3% (7/12) dos casos, faixa-etária 1 a 4 anos 33,3% (4/12), raça/cor parda 41,7% e indígena 41,7% (10/12), escolaridade não se aplica 75% (9/12) e 100% não eram vacinados. Os dados clínicos, mostraram que 100% dos casos apresentaram a tríade para a doença (exantema, febre e tosse). Pode-se concluir que: embora o sarampo seja uma doença imunoprevenível com esquema vacinal disponibilizado gratuitamente pelo governo, há ainda susceptibilidade populacional significativa no país, além da alta imigração de viajantes entre diversos países da região das Américas com destino ao Brasil. Os óbitos de sarampo ocorridos no estado do Pará poderiam ter sido mitigados e/ou evitados se o estado estivesse com cobertura vacinal para TV acima de 95%, como preconiza o Ministério da Saúde. Vale ressaltar que 100% dos pacientes que evoluíram à óbito não tinham nenhuma dose de vacina, aumentando a probabilidade de complicações ocasionadas pela doença, principalmente na faixa-etária de 1 a 4 anos, no qual teve o maior número de óbitos registrados e que é considerada a mais vulnerável às complicações associadas a doença.
Palavras Chave
Sarampo; surto; Epidemiologia; óbito; Estado do Pará.
Área
Eixo 10 | 3.Outras viroses humanas e veterinárias - Viroses emergentes e reemergentes
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Fábyla D'Tácia Brito Trindade, Daniele de Barros Galindo, Deisiane da Silva Mesquita, Silvana Silva Chaves, Adriana Pimentel Veras, Flávia Lethycia Baia da Fonseca, Arnaldo Jorge Martins Filho