Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NA REGIÃO NORDESTE, BRASIL

Introdução

Acidentes envolvendo animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública no Brasil, constituindo um agravo tropical negligenciado. Define-se como animais peçonhentos aqueles que conseguem liberar substâncias tóxicas produzidas através de glândulas como forma de caça ou proteção e expelidas através de dentes, esporões, ferrões ou quelíceras. Entre os principais animais peçonhentos responsáveis pelos acidentes, destaca-se as serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas e abelhas, tendo em vista que cada espécie possui formas de defesa singular, tendo ações de morbidade e mortalidade diferentes no ser humano. A presença dos animais peçonhentos pode significar um risco iminente para os seres humanos, especialmente em regiões tropicais ou subtropicais, como a região Nordeste do Brasil, por exemplo. 

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico dos acidentes causados por animais peçonhentos registrados entre 2018 a 2022 na região Nordeste do Brasil.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, realizado a partir das notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), dos acidentes causados por animais peçonhentos na Região Nordeste do Brasil. As variáveis descritivas foram analisadas no  Statistical Package for Social Sciences – SPSS, atribuiu-se significância a valor p<0,001*.

Resultados e Conclusão

Entre 2018 e 2022,  foram notificados 478.240 acidentes envolvendo animais peçonhentos, sendo 2022 o ano de maior incidência (n=103.106; 21,55%). Observou-se maior ocorrência dos acidentes em indivíduos do sexo feminino (n= 240.321; 50,25%), (p<-0,001*),  pardos (n= 322.122; 67,35%), (p<-0,001*), com faixa etária entre 15 e 39 anos (n= 193.353; 40,43%), (p<-0,001*) e escolaridade inferior a oito anos de estudo (n=146.793; 30,85%). Em relação ao acidente, predominou-se de incidentes envolvendo escorpiões (n= 344.977; 72,13%) (p<-0,001*), com maior afetação dos membros superiores (n= 236.287; 49,40%), cuja maioria não estava relacionada ao trabalho (n= 372.897; 77,97%). Quanto à classificação e evolução dos acidentes, maior parte foram classificados como como acidentes leves (n= 399.079; 83,44%), sem necessidade de soroterapia (n= 377.242; 78,88%), com evolução para cura (n= 419.099; 87,63%). Observou-se aumento significativo das notificações envolvendo acidentes causados por animais peçonhentos na região Nordeste, destacando a importância de políticas públicas na redução de incapacidades em decorrência do agravo negligenciado.

Palavras Chave

Animais peçonhentos. Saúde Pública. Sistema de Informação em Saúde.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Emilly Marina Martins de Oliveira, Matheus Cauã Brito Moreira, Wuelison Lelis de Oliveira, Suyane da Costa Oliveira, Jandra Cibele Rodrigues de Abrantes Leite, Leandro Almeida dos Santos, Maria Tereza de Lima Ferreira, Maryana Abati Ramos, Aline dos Anjos Farias, Filipe Thiago da Silva Lima