Dados do Trabalho
Título
Doenças Tropicais Negligenciadas no Brasil: Morbimortalidade e resposta nacional no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, 2016-2020
Introdução
As agendas globais induzidas com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) colocaram em perspectiva o controle e a eliminação de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). O contexto epidemiológico e operacional deste grupo de doenças no Brasil mantém os desafios no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas demais políticas sociais
Objetivo (s)
Objetivou-se dimensionar a morbimortalidade específica por DTNs no quinquênio 2016-2020 tomando como referência o ano de 2015 como linha de base e os padrões e as tendências espaciais e temporais no País
Material e Métodos
Estudo ecológico de base populacional nacional, com análise integrada da morbimortalidade específica por DTNs selecionadas (doença de Chagas, esquistossomose mansoni, hanseníase, filariose linfática, leishmaniose tegumentar, leishmaniose visceral, oncocercose, raiva humana, tracoma e acidentes ofídicos) nos 5.570 municípios. Para o ano de 2015 (linha de base) e o quinquênio 2016-2020 foram analisados: número, sobreposição, proporção e taxas de detecção de casos e de mortalidade segundo variáveis sociodemográficas, incluindo o índice brasileiro de privação (IBP). As tendências temporais foram analisadas por regressão Joinpoint (detecção 2007-2020; mortalidade 2001-2020) com base no modelo de média móvel dupla. Estimou-se ainda a população brasileira sob risco comparativamente para os anos de 2020 e 2025
Resultados e Conclusão
No quinquênio 2016-2020 foram identificados 583.960 casos novos das DTNs selecionadas (média anual de 116.792); somente em 2015 (linha de base) foram identificados 152.894 casos novos. Em todo o período, as maiores taxas de detecção de casos foram verificadas nas Regiões Norte e Nordeste. Um total de 40.857 óbitos como causa múltipla foi registrado no quinquênio (média anual de 8.171,4), demarcando-se 7.978 óbitos na linha de base. No quinquênio verificou-sobreposição de casos de DTNs em 99,3% dos municípios (88,0% em 2015) e sobreposição de óbitos em 66,0% (35,0% em 2015). Estimou-se em 15 milhões o número de pessoas sob risco de DTNs em 2015, passando para 28,9 milhões em média no quinquênio. A previsão para 2025 é de redução mais pronunciada da detecção do que da mortalidade para o Brasil. A despeito da redução da morbimortalidade específica por DTNs no País, mas com padrões diferenciados entre as regiões, este grupo de condições persiste como problema crítico de saúde pública associado ao risco na população em geral e à elevada carga verificada em diferentes espaços, com forte vinculação a contextos de vulnerabilidade social.
Palavras Chave
Brasil; Doenças Negligenciadas; Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; Epidemiologia; Vulnerabilidade; estudo ecológico
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Anderson Fuentes Ferreira, Swamy Lima Palmeira, Eliana Amorim de Souza, Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior, Alberto Novaes Ramos Jr