Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia e determinantes da Malária no estado de Roraima: Uma abordagem de vigilância de base territorial para governança regional

Introdução

Segundo o Ministério da Saúde em seu novo plano de eliminação da malária no Brasil, adaptar a vigilância voltada para a eliminação e fazer o enfrentamento da malária em áreas indígenas e de garimpo, são 2 dos 5 principais objetivos do país rumo a eliminação. Nesse sentido, o estado de Roraima possui a presença dessas duas categorias de áreas especiais malarígenas, que são as áreas indígenas e de garimpo, e esse é um desafio a ser enfrentado pelo estado. Em Roraima, existem dois grandes Distritos Sanitários Especial Indígena (DSEI), o Yanomami e o Leste de Roraima, ocupando mais de 40% do território do estado. Recentemente o território Yanomami foi colocado em estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. A extração ilegal de ouro (e cassiterita) no território Yanomami trouxe uma explosão nos casos de malária, com sérias consequências para a saúde indígena. 

Objetivo (s)

O objetivo geral do trabalho é fazer uma análise sobre os principais determinantes socioambientais da malária no estado de Roraima e estruturar um modelo de vigilância de base territorial para a governança regional que considere a influência deles nas áreas de transmissão 

Material e Métodos

Inicialmente fizemos um levantamento da série de casos de malária no estado de Roraima no período de 2011 a 2022. Foram utilizados os dados do SIVEP-Malária. Em seguida buscamos os bancos de dados disponíveis no Brasil sobre esses as áreas especiais malarígenas estruturadas pelo Ministério da Saúde. Os bancos de dados utilizados foram do IBGE, do INCRA, do Ministério do Meio Ambiente, da FUNAI, da Agência Nacional de Mineração e da Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG).

Resultados e Conclusão

Entre 2011 e 2022, Roraima registrou 172.050 casos autóctones de malária, com média anual de 14.337,5. Houve dois períodos distintos: 2011-2017 e 2018-2022, com aumento significativo dos casos a partir de 2018. A concentração foi na região leste, especialmente em nos municípios de Alto Alegre, Amajari e Mucajaí. A maioria dos casos foi em homens (61,7%) e em pardos (43,4%) e indígenas (40,3%). A média de idade foi 24,3 anos. Em termos de escolaridade, 19,3% eram analfabetos. Predominou a infecção por Plasmodium vivax (84,3%), seguido por P. falciparum (13,6%). Boa Vista e Pacaraima receberam mais casos importados, principalmente da Venezuela e Guiana. Houve aumento de casos em áreas indígenas a partir de 2018, especialmente no DSEI Yanomami. As regiões noroeste e nordeste concentraram as áreas de mineração ilegal.

Palavras Chave

malária; Epidemiologia; vigilância de base territorial; áreas especiais; Roraima.

Área

Eixo 06 | 3.Protozooses humanas e veterinárias - Malária

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Hermano Gomes Albuquerque, Joseli de Oliveira Ferreira, Gerusa Gibson, Alexandre San Pedro Siqueira, Jefferson Pereira Caldas Dos Santos, Heitor Levy Ferreira Praça, Paulo Cesar Peiter, Martha Cecília Suarez Mutis