Dados do Trabalho

Título

Análise do Risco de Mortalidade por Dengue Grave no Brasil: Um Estudo de 2017 a 2022

Introdução

A dengue é a principal arbovirose transmitida por mosquitos, destacando-se pela rápida disseminação e alta incidência mundial. No Brasil, segundo dados do SINAN, a maioria das mortes por dengue é classificada como dengue grave, devido à rápida evolução e gravidade das manifestações clínicas.

Objetivo (s)

Este estudo teve como objetivo avaliar o risco de óbito entre pacientes com dengue grave no Brasil de 2017 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A abordagem quantitativa envolveu a utilização da linguagem de programação R para manipulação, análise e visualização dos dados. Foi construído um modelo binomial com efeitos aleatórios para as unidades da federação, considerando o desfecho de óbito por dengue grave. As variáveis analisadas incluíram sinais de gravidade, como extravasamento grave de plasma, sangramento grave, comprometimento grave de órgãos e idade dos pacientes. Para melhor visualização do risco de óbito entre as unidades da federação, foi elaborado um mapa de efeitos aleatórios com os respectivos intervalos de confiança de cada estado. O estudo dispensou avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, pois utilizou dados públicos, não nominais e secundários disponíveis no DATASUS.

Resultados e Conclusão

Entre 2017 e 2022, foram incluídos 4.986 casos de dengue grave. Observou-se que os estados de Mato Grosso, Maranhão, Piauí e Espírito Santo apresentaram probabilidade de óbito abaixo da média, com intervalos de confiança do intercepto abaixo de zero. Em contrapartida, os estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo mostraram probabilidade de óbito acima da média, com intervalos de confiança do intercepto acima de zero. Os demais estados apresentaram intervalos de confiança do intercepto contendo zero, indicando que não houve alteração significativa na probabilidade de óbito. Conclui-se que os estados do Ceará, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo apresentaram risco de óbito superior à média dos demais estados. Isso destaca a necessidade de políticas públicas direcionadas para a redução do agravamento da dengue e para o manejo eficaz dos pacientes com dengue grave. Esses resultados enfatizam a importância do controle geográfico da dengue para reduzir seu impacto na saúde pública.

Palavras Chave

Dengue grave; Sistema de Informação em Saúde; Modelos mistos.