Dados do Trabalho
Título
Apresentação clínica e radiológica das infecções fúngicas identificadas no ambulatório de micoses do Hospital São José de Doenças Infecciosas, em Fortaleza/Ceará
Introdução
A caracterização das micoses endêmicas no Ceará é essencial para o estabelecimento de ações de saúde pública visando tratamento e prevenção.
Objetivo (s)
Caracterizar a apresentação clínica e radiológica de pacientes atendidos no ambulatório de micoses do hospital São José (HSJ), referência em Infectologia em Fortaleza/CE.
Material e Métodos
Estudo transversal, baseado na revisão de prontuários dos pacientes acompanhados no ambulatório de micoses do HSJ, de agosto de 2021 a dezembro de 2023. Aprovado pelo Comitê de Ética do HSJ (protocolo 6.139.942).
Resultados e Conclusão
Foram identificados 151 pacientes. A micose mais prevalente foi histoplasmose (56,2%), seguida por criptococose (21,8%), aspergilose (8,6%) e coccidioidomicose (5,3%). Sobre a histoplasmose (n=85), a coinfecção com HIV ocorreu em 94,1% dos casos. O sintoma mais prevalente foi febre (69,4%), seguido por tosse e/ou dispnéia (53%). Lesões cutâneas foram identificadas em 17,6% dos casos, cuja apresentação mais comum foi pápula (33,3%). Alteração radiológica pulmonar estava presente em 81,3% dos pacientes, sendo a mais frequente o infiltrado micronodular (62,5%). Em relação à criptococose (n=33), a coinfecção com HIV ocorreu em 81,9% dos casos. O sintoma mais prevalente foi cefaléia (66,7%), seguido por manifestações neurológicas (54,5%) e febre (54,5%). As manifestações neurológicas mais comuns foram alterações visuais e convulsões (ambas 33,3%). Lesões cutâneas foram identificadas em 15,1% dos casos, representadas em 80% destes por pápulas umbilicadas. Sinais tomográficos de hipertensão intracraniana foram vistos em apenas 13,3% dos pacientes e lesões sugestivas de criptococomas não foram visualizadas. Sobre aspergilose (n=13), apenas um paciente era portador do HIV, mas também apresentava enfisema pulmonar. Os sintomas mais prevalentes foram tosse e/ou dispnéia (92,3%) e febre (53,8%). As alterações radiológicas mais frequentes foram infiltrado nodular (60%) e cavitações (40%). Nos casos de coccidioidomicose (n=8), não houve coinfecção com HIV. O sintoma mais prevalente foi tosse e/ou dispnéia (100%), seguido por febre (87,5%) e máculas cutâneas (37,5%). A manifestação radiológica pulmonar mais frequente foi infiltrado nodular (100%). Histoplasmose se manifestou com alta prevalência de sintomas respiratórios e alterações nas imagens de tórax. Alterações parenquimatosas cerebrais não foram visualizadas nas tomografias dos pacientes com neurocriptococose, mas a ressonância magnética seria um método mais sensível para esta avaliação.
Palavras Chave
Micoses; Histoplasmose; Criptococose; Coccidiodes spp
Área
Eixo 12 | 2.Micoses humanas e veterinárias - Micoses profundas
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Antônio Mauro Barros Almeida Júnior, Larissa Moura Barbosa, Letícia Estela Cavalcante Sousa, Alex Pereira Oliveira, Lisandra Serra Damasceno