Dados do Trabalho


Título

Associação entre helmintos intestinais e manifestações clínicas da leishmaniose visceral em cães naturalmente infectados no Município de Porteirinha, Minas Gerais, Brasil

Introdução

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença de caráter zoonótico e crônico causada pelo protozoário Leishmania (Leishmania) infantum e transmitida por flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis. Dentre os hospedeiros vertebrados, o cão representa um elo importante na manutenção do ciclo biológico no ambiente doméstico e peridoméstico. Pelo caráter crônico e grave da LVC, o estudo de coinfecções é relevante para preencher lacunas sobre interações e alterações sistêmicas do hospedeiro e exacerbação de sinais clínicos relacionado à carga parasitária.  

Objetivo (s)

Com isso, esse estudo teve como objetivo verificar a associação entre infecção e carga parasitária de helmintos intestinais com os sinais clínicos de cães naturalmente infectados por L. infantum. Foram selecionados aleatoriamente 47 cães domésticos do município de Porteirinha, Minas Gerais, Brasil. Os procedimentos realizados com os cães neste estudo foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA/UFMG) sob o protocolo 8/2022.

Material e Métodos

 A confirmação da infecção por L. infantum nos cães foi realizada por método sorológico, imunológico e molecular (DPP®, ELISA e qPCR). Os animais soropositivos foram submetidos a exame clínico e hemograma, seguido de eutanásia, necropsia e coleta de helmintos intestinais.

Resultados e Conclusão

Entre os sinais clínicos mais frequentes nos grupos, foram observados alopecia, caquexia, onicogrifose e linfadenopatia. O grupo de cães monoinfectados por L. infantum apresentaram anemias dos tipos macrocítica hipocrômica e normocítica normocrômica, e o grupo dos coinfectados por helmintos intestinais apresentaram macrocítica hipocrômica (p= 0.0455) e microcítica hipocrômica (p= 0.01963). A presença e a quantidade de helmintos intestinais estiveram associadas a chance do desenvolvimento de sinais clínicos médios e graves da LVC (odds ratio: 3.3621 e 2.7969). Quanto aos parasitos intestinais, Ancylostoma sp. e Dipylidium caninum foram as espécies mais prevalentes nos cães eutanasiados. A partir dos resultados, concluímos que a coinfecção por helmintos intestinais é um fator de risco significante para o desenvolvimento de manifestações graves da LVC, o que refletiu nos exames clínicos e nas alterações hematológicas dos animais. Em relação à saúde única no município, a ampla presença de parasitos intestinais com potencial zoonótico em cães com tutores chama atenção e requer medidas de controle com tratamentos periódicos dos animais, para evitar a contaminação de ambientes externos às residência

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral Canina; Helmintos Intestinais; Leishmania infantum; Zoonoses; coinfecção; Cão

Área

Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Patrícia Caetano Helmold, Allan de Jesus Mendonça Severino , André Tetzl Costa, Maykelin Fuentes Zaldívar, Dharliton Soares Gomes, Nathália Moreira Teodoro de Oliveira, Bianca Leal de Oliveira, Felipe Bisaggio Pereira, João Carlos França da Silva, Rodolfo Cordeiro Giunchetti, Stefan Michael Geiger