Dados do Trabalho


Título

Atividade antioxidante e anti-Trypanosoma cruzi in vitro do extrato e frações de Terminalia catappa

Introdução

A doença de Chagas é uma doença infecciosa e parasitária grave causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e considerada um problema de saúde pública. Os quimioterápicos ainda são o principal meio de controle e tratamento da doença, porém com algumas limitações. Como alternativa de tratamento, as plantas têm sido estudadas devido às suas comprovadas propriedades farmacológicas. Muitos estudos realizados com Terminalia catappa demonstraram diversas atividades biológicas, mas seu efeito contra T. cruzi ainda é desconhecido.

Objetivo (s)

O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antioxidante de extrato e frações obtidos de T. catappa além de analisar sua atividade anti-T. cruzi.

Material e Métodos

O extrato hidroetanólico e as frações hexânica, acetato de etila e aquosa de T. catappa foram produzidas e submetidas à caracterização química por Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS). A atividade antioxidante foi quantificada pelo método de eliminação do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) e pelo método de redução de íons férricos (FRAP). Foi avaliada a atividade contra formas epimastigota, tripomastigota e amastigota intracelular, além da citotoxicidade em linhagem de células Vero (ATCC CCL-81), e alterações ultraestruturais em T. cruzi tratado com o extrato e frações de T. cattapa.

Resultados e Conclusão

De todos os extratos e frações de T. catappa avaliados, a fração acetato de etila e a fração aquosa apresentaram a melhor atividade antioxidante pelo método DPPH (IC50 de 7,77±1,61 e 5,26±1,26 µg/mL respectivamente) e FRAP (687,61±0,26 e 1009,32±0,13 µM de equivalente Trolox/mg de extrato, respectivamente). A fração acetato de etila apresentou notável atividade inibitória de T. cruzi com IC50 de 8,86±1,13, 24,91±1,15 e 85,01±1,21 µg/mL contra formas epimastigota, tripomastigota e amastigota intracelular, respectivamente, e não apresentou citotoxicidade em células Vero (CC50>1000 µg /mL). O tratamento de formas epimastigotas com a fração acetato de etila levou a mudanças ultraestruturais drásticas, como perda de organelas citoplasmáticas, desorganização celular, danos ao núcleo e perda da integridade do parasito. Este efeito se deve a compostos secundários identificados em T. catappa, como luteolina, kaempferol, quercetina, ácido elágico e derivados. A fração acetato de etila obtida das folhas de T. catappa pode ser uma alternativa eficaz para o desenvolvimento de tratamento e controle da doença de Chagas, e material para futuras investigações.

Palavras Chave

Chagas disease; Trypanosoma cruzi; parasite; ellagic acid; alternative treatment; combretaceae

Área

Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Sandra Alves de Araújo, Aldilene da Silva Lima, Cláudia Quintino da Rocha, Henrique Previtalli-Silva, Daiana de Jesus Hardoim, Noemi Nosomi Taniwaki, Kátia da Silva Calabrese, Fernando Almeida-Souza, Ana Lucia Abreu-Silva