Dados do Trabalho

Título

Perfil de resposta de anticorpos contra peptídeos lineares representando proteínas de fase exoeritrocítica (CelTOS e TRAP) e eritrocítica (CyRPA) de Plasmodium vivax durante a fase aguda e convalescente da infecção malárica

Introdução

A malária é considerada um dos principais flagelos da humanidade. No Brasil a doença é endêmica na região Norte, com Plasmodium vivax sendo a espécie predominante (> 80% dos casos). Embora tenha sido considerada, até recentemente, uma espécie essencialmente benigna, casos graves e óbitos associados a P. vivax não tem sido raros nas regiões onde ocorre, o que tem incentivado a busca por uma vacina voltada para essa espécie. Sendo assim, o entendimento da dinâmica da resposta imune humoral direcionada a distintas proteínas de P. vivax em regiões com variados graus de endemicidade é fundamental para nortear o desenvolvimento de vacinas nessas regiões. 

Objetivo (s)

O presente trabalho tem, portanto, o objetivo de mapear perfil de resposta de anticorpos contra proteínas de fase exo- e intraeritrocítica de P. vivax em indivíduos na fase aguda (D0) e convalescença (D30 e D180 após a infecção) da infecção malarica. Para tal utilizou-se os peptídeos sintéticos PvCelTOS(I133-G147), PvTRAP(P344-G374) e PvCyRPA(T289-G307), candidatas vacinais em potencial.

Material e Métodos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Juiz de Fora (Protocolo: #362.875/2013). Anticorpos IgM e IgG, bem como suas subclasses, foram determinados no soro de indivíduos que residem em 3 localidades na área endêmica brasileira por meio do ELISA indireto. 

Resultados e Conclusão

Para IgM, a maior frequência de respondedores foi associada a PvCyRPA(T289-G307) (21% versus 7% para PvCelTOS(I133-G147) e 3% para PvTRAP(P344-G374) durante a fase aguda). Em relação a IgG, as maiores frequências de respondedores foram observadas para os peptídeos de fase exoeritrocitica sendo que a maior frequência de respondedores esteve associada a PvTRAP(P344-G374) (> 40% ). Interessantemente, a frequência e a intensidade de resposta para todos os peptídeos testados se mantiveram estáveis ao longo do seguimento. Entre as subclasses, IgG2 apresentou a maior frequência na maioria dos pontos de coleta para todos os peptídeos (variando de 18% a 50% de respondedores). A magnitude do índice de reatividade foi similar para a maioria dos indivíduos nas diferentes análises. Fatores, tais como tempo de exposição em área endêmica, número de malárias previas e parasitemia circulante, não influenciaram o perfil e magnitude da resposta para nenhuma das proteínas testadas. Conclui-se, portanto, que os epítopos imunodominantes das proteínas são naturalmente imunogênicos em populações expostas a malária, mesmo em áreas de baixa endemicidade.

Palavras Chave

Palavras-chaves:Malaria; Resposta Humoral; Peptídeos; PvCelTOS; PvTRAP; PvCyRPA