Dados do Trabalho
Título
COINFECÇÃO ENTRE LEPTOSPIROSE E DENGUE EM UM PACIENTE DA ÁREA RURAL DO ESTADO DE MATO GROSSO: UM RELATO DE CASO
Objetivos(s)
Relatar caso de paciente com coinfecção por leptospirose e dengue e as dificuldades enfrentadas.
Relato do Caso
Paciente masculino, 25 anos, natural de Cuiabá, residente de área rural de Mato Grosso, encaminhado ao Hospital Universitário Júlio Müller com queixa de febre há 9 dias associada a mialgia, cefaleia, dor retro orbital, astenia, náusea, perda ponderal de 8 kg nos últimos dias e alterações de coloração da urina, com o histórico laboral de limpeza de local contaminado com excretas de rato em galpão. Ao exame físico, identificou-se presença de equimoses e petéquias difusas em membros superiores e inferiores, bem como de acentuada vascularização em palato mole. Os exames laboratoriais iniciais indicaram leucopenia e linfocitose, presença de líquor asséptico, potássio limítrofe e demais testes rápidos não reagentes, solicitando exames de sorologias para leitores, assim como arboviroses. Durante o retorno, paciente relatou piora de cefaleia, astenia e febre, ausência de sinais meníngeos, sendo solicitada sua internação para efetuar investigação etiológica. Devido a suspeita e com o resultado sorologia para Leptospirose IgM inconclusiva foi iniciado a administração de Ceftriaxona 1g de 12/12h, e coletado nova amostra. Durante a internação, paciente continuou apresentando alterações de hemograma com piora da linfocitose, com manutenção da febre, realizou tomografia computadorizada de abdome total, identificando hepatoesplenomegalia, levantando-se a hipótese diagnóstica de leucemia linfoide aguda, sendo solicitado imunofenotipagem periférica. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas, imunofenotipagem periférica, a presença de linfocitose reacional, com inversão da relação CD4/CD8 e presença elevada de linfócitos T Large Granular, recebendo alta da internação. No retorno ambulatorial os resultados dos exames indicaram coinfecção entre Leptospirose (pela microscopia eletrônica de transmissão - MET) e Dengue (IgM positivo). Optou-se por manter o segmento periódico até atingir período assintomático com exames laboratoriais dentro dos níveis de normalidade.
Conclusão
Em suma, o relato evidencia a dificuldade no diagnóstico da coinfecção por leptospirose e dengue e no descarte de diagnósticos diferenciais, bem como no manejo do quadro clínico. Assim, fica evidente a necessidade da realização de testes laboratoriais desde o início das suspeitas, visando o diagnóstico mais rápido possível.
Área
Eixo 11 | 4.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Leptospirose
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
Vitória Lucchesi Ribeiro, Ana Elisa de Carvalho, Márcia Hueb, Francisco Kennedy Scofoni Faleiros de Azevedo, Giovana Volpato Pazin Feuzer, Sophia Oliva Schommer, Matheus Silva Martos