Dados do Trabalho

Título

Avaliação do perfil de resistência de cepas clínicas de Malassezia spp. a antifúngicos comerciais

Introdução

Malassezia é um gênero fúngico presente de forma comensal na pele e mucosa saudáveis de animais, porém, em algumas situações, essa levedura pode estar associada a doença. O tratamento é baseado no uso de antifúngicos tópicos e/ou orais, especialmente os derivados azólicos. Em função dos variados padrões de suscetibilidade aos fármacos, é de suma importância escolher aquele que demonstra maior eficácia.

Objetivo (s)

O surgimento de cepas resistentes aos antifúngicos disponíveis no mercado e as recorrências do gênero na clínica justificam a realização deste trabalho que objetiva avaliar o perfil de resistência das cepas de Malassezia spp. frente a antifúngicos comerciais.

Material e Métodos

Para a realização dos experimentos foram utilizadas 25 cepas de Malassezia spp. pertencentes à micoteca do Laboratório de Pesquisas Micológicas (LAPEMIC), provenientes de amostras clínicas de pacientes caninos, que foram identificadas até a espécie seguindo os protocolos descritos por Guillot et al (1996), Sidrim e Rocha (2004), Böhmová et al (2018) e Bond et al (2020). Os testes de suscetibilidade foram realizados de acordo com o protocolo M44-A2 (Clinical and Laboratory Standards Institute) adaptado, sendo avaliados os antifúngicos itraconazol, cetoconazol, fluconazol e miconazol.

Resultados e Conclusão

Das 25 amostras, 84% (21 cepas) foram classificadas como M. pachydermatis e 16% (4 cepas) como M. obtusa. Nenhuma das cepas de M. obtusa mostrou sensibilidade concomitante aos quatro antifúngicos testados, no entanto apresentaram maior resistência ao miconazol e ao itraconazol, o que pode talvez ser explicado pela maior pressão de utilização destes princípios ativos. Para M. pachydermatis, apenas uma cepa se mostrou sensível ao miconazol, 57,14% (12/21) apresentarou resistência ao princípio ativo e 42,85% (8/21) revelarou uma sensibilidade intermediária. 57,14% (12/21) e 76,19% (16/21) destas cepas também mostram resistência ao itraconazol e fluconazol, respectivamente. Foi registrada sensibilidade de 90,47% (19/21) das cepas de M. pachydermatis frente ao cetoconazol, e apenas duas mostraram sensibilidade intermediária. Visto que o gênero apresenta diversidade de suscetibilidade antifúngica, sem padrão definido dentro de uma mesma espécie, faz-se necessário buscas alternativas de substâncias em que sejam mais eficazes no tratamento dos pacientes veterinários.

Palavras Chave

Canino; Malassezia; resistência; Tratamento.