Dados do Trabalho


Título

AQUISIÇÃO E PERPETUAÇÃO TRANSESTADIAL DE “Candidatus Borrelia caatinga” EM Ornithodoros cf. tabajara.

Introdução

Os carrapatos argasídeos são artrópodes hematófagos que durante a alimentação podem transmitir microorganismos a seus hospedeiros vertebrados, que incluem o homem. Particularmente, algumas espécies de Ornithodoros antropofílicos transmitem espiroquetas do gênero Borrelia, as quais são agentes causadores da febre recorrente transmitida por carrapatos. No Brasil, foi isolada Borrelia venezuelensis do carrapato Ornithodoros rudis do Maranhão, uma bactéria que já causou surtos de febre recorrente na Colômbia e na Venezuela. Além disso, esforços recentes levaram ao isolamento animal de uma nova espiroqueta denominada “Candidatus Borrelia caatinga” a partir de Ornithodoros cf. tabajara do estado de Pernambuco. Apesar das recentes descobertas e avanços, a infecção humana por Borrelia do grupo da febre recorrente no Brasil continua sem relatos, possivelmente por ser uma doença negligenciada e subdiagnosticada. Uma vez que várias espécies de Ornithodoros são parasitas de humanos no Brasil, tornam-se essenciais estudos sobre a competência vetorial e avaliação da dinâmica da infecção.

Objetivo (s)

Dessa forma o objetivo do presente trabalho foi avaliar a aquisição e perpetuação transestadial de “Ca. B. caatinga” em seu vetor O. cf. tabajara.

Material e Métodos

Foi então coletado diariamente 2,5µL de sangue da cobaia inoculada para exame de microscopia de campo escuro e avaliação do nível de infecção. No dia oito pós inoculação, quando a cobaia apresentava uma média de uma espiroqueta/campo, ela foi infestada com 28 larvas de O. cf. tabajara. Após o desprendimento das larvas ingurgitadas, estas foram mantidas em estufa B.O.D para ecdise para ninfas. Quatro cobaias diferentes foram usadas para alimentação dos instares subsequentes de ninfas (N2, N3) e os estágios adultos de fêmeas e machos. O presente trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da FMVZ-USP (CEUA/FMVZ), protocolado sob o CEUA no 5311081123 (ID 010205).

Resultados e Conclusão

Todas as quatro cobaias infestadas com as ninfas (N2, N3) e adultos (fêmeas e machos) apresentaram infecção, comprovada pela visualização de espiroquetas móveis em sangue por campo escuro e por detecção de DNA de Borrelia por PCR do sangue. Foi demonstrada pela primeira vez a aquisição e perpetuação transestadial de “Ca. B. caatinga” em O. cf. tabajara, que ocorreu do estágio larval até ninfa N3 e adultos oriundos de ninfa N2, assim como a competência vetorial nos estágios de N2, N3 e adultos.

Palavras Chave

Palavras-chave: Espiroquetas; Argasidae; Febre recorrente

Área

Eixo 11 | 6.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

3.Concorrer na categoria - Doutorado

Autores

Glauber Meneses Barboza de Oliveira, Marcelo Bahia Labruna