Dados do Trabalho


Título

Associação entre o diabetes e maior risco de evolução para formas graves da dengue

Introdução

A dengue é uma arbovirose endêmica de regiões tropicais, cujo quadro clínico varia desde assintomáticos a formas graves. Fatores de risco, como extremos de idade e comorbidades, podem estar relacionados a evolução para um pior desfecho da doença, incluindo o óbito.

Objetivo (s)

Este estudo verificou a coexistência entre formas graves da dengue e comorbidades em indivíduos confirmados para a arbovirose.

Material e Métodos

Foram incluídos nesse estudo, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme número 14262619.0.0000.5415, participantes confirmados para dengue por RT-PCR DENV e detecção de NS1-DENV atendidos no Hospital de Base de São José do Rio Preto, SP, entre novembro de 2018 e dezembro de 2019. Os dados foram colhidos de prontuário informatizado, permitindo classificar os casos como: dengue sem sinais de alarme (DsSA), dengue com sinais de alarme (DcSA) e dengue grave (DG). Os participantes tiveram, então, amostra de soro investigada para presença de anticorpos anti-dengue e anti-Zika IgG, para identificar aqueles com histórico dessas arboviroses. Após, dados foram correlacionados por meio de análise descritiva e estatística (teste qui-quadrado, com IC 95% e nível de significância p < 0.05).

Resultados e Conclusão

773 participantes que testaram positivo para dengue apresentavam registro sobre comorbidades, formando o grupo de investigação inicial. Ao avaliar a relação entre comorbidades e formas graves da dengue (DcSA e DG), constatou-se que a frequência de diabéticos foi maior no grupo com gravidade (16,98%) comparado ao grupo sem sinais de alarme (7,99%) [p = 0.003]. Para excluir o viés gerado por infeção prévia por dengue ou Zika, apenas participantes sem histórico dessas arboviroses foram incluídos nas demais análises (DV-/ZV-). A análise univariada mostrou que idade acima de 59 anos, sexo masculino e diabetes mellitus foram fatores de risco para formas graves de dengue [p = 0,011; 0,032; 0,008, respectivamente]. Por fim, a análise multivariada mostrou que apenas diabetes mellitus foi fator de risco, com OR de 24,6 [IC 95% 2.331 e 259.619, p 0,008]. Conclui-se que o diabetes mellitus foi fator de risco para o desenvolvimento de dengue com sinais de alarme ou dengue grave, mesmo em indivíduos sem histórico de dengue ou Zika. Esse achado destaca a importância de expandir o conhecimento a respeito de doenças amplamente conhecidas, mas cuja dinâmica é altamente delineada conforme hospedeiro.

Palavras Chave

Dengue grave; comorbidade; diabetes; fatores de risco

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Victor Hugo Gratão Rezende, Bárbara Ferreira dos Santos, Flora de Andrade Gandolfi, Matheus Pascoal Mariani, Tamires Nasie Abbas, Bruno Henrique Gonçalves de Aguiar Milhim, Maurício Lacerda Nogueira, Cássia Fernanda Estofolete