Dados do Trabalho
Título
Análise espaçotemporal da infestação por Aedes aegypti e Aedes albopictus no Vale do Paraíba, São Paulo, 1986 a 2015
Introdução
Aedes aegypti e Aedes albopictus são importantes vetores de arboviroses emergentes e reemergentes, como dengue, zika, chikungunya, e febre amarela, e apresentam ampla distribuição geográfica global. No Brasil, essas espécies foram introduzidas em diferentes momentos, Ae. aegypti no período da colonização e Ae. albopictus no final do século passado.
Objetivo (s)
Descrever a infestação dos municípios da região do Vale do Paraíba, São Paulo, pelos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus, analisar suas densidades larvárias, sazonalidade, intensidade de infestação e correlação espacial
Material e Métodos
Para descrever a infestação, empregaram-se mapas de 1986 a 2015. Na análise da densidade larvária, os valores do índice de Breteau, obtidos no banco de dados da Superintendência de Controle de Endemias, foram avaliados pelo uso do teste de Wilcoxon. Para compreender a sazonalidade, foram calculadas suas respectivas médias aritméticas, por mês e ano. Na análise da distribuição espaçotemporal empregou o índice de Moran e o estimador de densidade de Kernel
Resultados e Conclusão
Os primeiros registros de municípios infestados por Ae. albopictus dataram de 1987, todos localizados às margens da rodovia Pres. Dutra (BR-116), no sentido Rio de Janeiro-São Paulo. Já por Ae. aegypti o tempo para infestação foi mais delongado, com início no ano de 2000 e localizado na região do médio Vale. Em 2015, 91,18% dos municípios encontravam-se infestados em coocorrência das espécies. O primeiro trimestre dos anos foi o período mais favorável para a abundância larval desses Stegomyia. Os valores médios de densidade larvária de Ae. aegypti foram maiores que aqueles verificados para Ae. albopictus (p=0,00). O índice de Moran indicou ausência de associação espacial e o estimador de Kernel mostrou “hotspots”, com pouca heterogeneidade espacial. Ae. albopictus foi a espécie precursora na região do Vale do Paraíba, já Ae. aegypti levou um tempo delongado para se estabelecer, o que reitera a elevada capacidade de adaptação destas espécies na região. A ausência de dependência espacial revelou que se faz necessário detalhar localmente as estratégias de controle, pois seu sucesso passa pelo conhecimento das características individualizadas de cada município. Embora com diferentes intensidades de infestação, foi possível verificar semelhanças em relação à área de abrangência das espécies, tendo como epicentro o turismo religioso nessa região com intensa circulação de pessoas e veículos
Palavras Chave
Aedes aegypti; Distribuição espacial; Vigilância; Controle; ecologia
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Dalton Pereira da Fonseca