Dados do Trabalho


Título

Metalocomplexos como excelente alternativa para o tratamento de ceratomicoses causadas por fungos resistentes à terapêutica atual

Introdução

As ceratomicoses causadas por espécies de Candida e Fusarium têm demonstrado um expressivo aumento no número de casos relatados. O que pode ser justificado pelo aumento no número de pacientes imunocomprometidos e pela seleção de resistência frente aos antifúngicos disponíveis. Tais problemáticas levam a falhas terapêuticas, recidivas e culminam para o transplante de córnea, afetando o sistema público de saúde. A terapêutica antifúngica atual escassa, associada a altos índices de toxicidade ao paciente, torna o tratamento das ceratomicoses ainda mais problemático. Assim, a prospecção por novos compostos com maior espectro de ação e ausente toxicidade ao paciente é urgente. Estudos recentes apontam o diversificado potencial antitumoral, antibacteriano e antiparasitário de matocomplexos.

Objetivo (s)

Avaliar a eficácia antifúngica de metalocomplexos frente a diferentes espécies de Candida e Fusarium resistentes à terapia atual, juntamente à citoxicidade in vitro sobre células de córnea de coelho, a fim de desenvolver novas opções terapêuticas eficazes frente às ceratomicoses causadas por esses patógenos e com reduzida toxicidade ao paciente.

Material e Métodos

Avaliação da suscetibilidade antifúngica foi realizada de acordo com os documentos M27-A3 (Candida spp.) e M38-A2 (Fusarium spp.) - Clinical & Laboratory Standards Institute (CLSI, 2008) em concentrações entre 128 – 0,25 μg/mL. A citotoxicidade dos metalocomplexos foi avaliada pelo método Short time exposure (STE) (OECD 491/2018) frente à linhagem SIRC (ATCC – CCL 60) por 24 h. A viabilidade celular foi determinada pelo MTT em 570 nm.

Resultados e Conclusão

A maioria dos metalocomplexos foi ativo frente à Candida spp., com os compostos M5.3, M5.4 e M5.14 apresentando as menores Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM 0,25 - 64 μg/mL). Os compostos M5.3 e M5.4 (8 - 128 μg/mL) e o composto M5.14 (16 μg/mL) foram os mais eficazes frente à Fusarium. Em 10 μMol, os compostos M5.1 (99,24%), M5.3 (62,03%), M5.4 (61,46%) e o composto M5.15 (71,75%) mantiveram alta a sobrevivência das células de córnea, indicando um possível perfil de segurança. Os resultados são muito promissores, uma vez que os metalocomplexos demonstram excelente potencial para o desenvolvimento de novas formulações oftálmicas para o tratamento de ceratomicoses humanas.

Palavras Chave

Palavras-chave: ceratomicoses; metalocomplexos; Candida; Fusarium; resistência fúngica

Área

Eixo 12 | 3.Micoses humanas e veterinárias - Outras

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Gabriella Rosa Monte Machado, Dayara Corrêa Matiola, Gabrieli Israel, Marina Araújo, Camile Cerezolli, Pablo Marzzani, Mariana Steil, Alexandre Fuentefria, Karin Silva Caumo