Dados do Trabalho


Título

ARBOVIROSES EM ASCENSÃO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA ANÁLISE DE SEIS ANOS

Introdução

Os insetos do gênero Aedes são os principais vetores das arboviroses, sendo sua biologia influenciada pelos fatores ambientais, especialmente o aumento da temperatura. Isso acelera o desenvolvimento dos ovos até a fase adulta, aumentando sua taxa de reprodução e ampliando sua distribuição geográfica para novos locais propícios ao desenvolvimento. As mudanças na precipitação e umidade também favorecem a proliferação dos mosquitos com chuvas intensas e longos períodos de estiagem, criando reservatórios com água parada ideais para o desenvolvimento das larvas destes insetos. Esses fenômenos foram observados nos últimos 10 anos, sendo a década mais quente já registrada. Além disso, o Aedes aegypti é altamente antropofílico e adaptado ao meio urbano, dificultando seu controle. Entender o impacto das mudanças climáticas e a incidência das doenças no decorrer dos anos é fundamental para desenvolver medidas de controle e prevenção eficazes, além de prever epidemias.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento dos casos e óbitos por dengue, zika e chikungunya de 2019 a 2024, e explorar fatores que poderiam contribuir para a dispersão dessas doenças.

Material e Métodos

Os dados foram coletados a partir do Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses e Série Histórica de casos e óbitos disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

Resultados e Conclusão

No período analisado ocorreram variações no número de casos prováveis e óbitos, com uma tendência geral de aumento para dengue e chikungunya. Para a dengue, houve um aumento progressivo de casos notificados de 1.545.462 em 2019 para 5.678.532 em 2024, um aumento de 267%. A chikungunya também mostrou padrão parecido, passando de 131.797 casos em 2019 para 208.087 em 2024, um aumento de 58%. Já a zika teve uma variação mais irregular, com picos em 2019 (10318 casos) e 2023 (11534 casos), e quedas nos anos intermediários. No entanto, o número de casos permaneceu relativamente baixo em comparação com as outras arboviroses, com 3.600 casos em 2024, embora possa ter ocorrido subdiagnóstico. Essa elevação no número de casos é, em parte, atribuída às mudanças climáticas. As quais impulsionam o crescimento e proliferação do vetor. Diante disso, é crucial considerar os fatores climáticos, socioeconômicos e o impacto na qualidade de vida dos afetados. Nesse sentido, o monitoramento contínuo e a colaboração entre setores são cruciais para implementar medidas eficazes de controle e prevenção, reduzindo os óbitos e os impactos das arboviroses na saúde pública.

Palavras Chave

Arboviroses; Aedes aegypti; mudanças climáticas; Prevenção; Controle

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Ana Laura Ramos Mendes Coelho, Melissa Siqueira Martins, Pedro Henryque de Castro, Isabela Resende Ávila, José Cherem, Joziana Muniz de Paiva Barçante