Dados do Trabalho


Título

ESPOROTRICOSE FELINA EM TERESINA, PIAUÍ – RELATO DE CASO

Objetivos(s)

No contexto One health, o exponencial aumento de animais errantes é uma pauta negligenciada no Brasil. Ademais, o crescimento da população de animais em situação de rua agrava os desafios relacionados a doenças zoonóticas em humanos. Entre os patógenos com expressivo potencial zoonótico, destaca-se o gênero fúngico Sporothrix. A esporotricose tem como principal hospedeiro os gatos domésticos, sobretudo animais adultos, não castrados e com acesso à rua. Considerando esta problemática, o presente estudo objetiva relatar um caso de esporotricose felina em Teresina, PI.

Relato do Caso

Uma fêmea, adulta, sem raça definida, com aproximadamente 1 ano e 10 meses e 2,500kg, com histórico de viver em situação de rua, foi atendida em um Hospital Veterinário localizado em Teresina, PI, apresentando lesão e sangramento em pata anterior esquerda, além de um quadro inflamatório intenso. Durante anamnese foram observados os seguintes parâmetros: score corporal 2, abdômen discretamente abaulado, ausência de sensibilidade à manipulação abdominal, lesão úmida, bordas viáveis e sangrantes na extensão lateral do dígito 5 (atingindo também área superior ao coxim carpal) e dígitos e coxins do membro anterior esquerdo edemaciados. Foram solicitados hemograma, bioquímicos hepáticos, raspado de pele, citologia lesional e cultura a partir de coletas de secreção lesional. A citologia de pele constatou presença de Sporothrix sp. por meio de esfregaço corado com coloração de Romanowsky (Panótico rápido), mostrando células leveduriformes e ovaladas. A cultura microbiológica foi feita a partir da semeadura do material coletado em meio ágar Sabouraud Dextrose acrescido de cloranfenicol e posterior incubação por 5 dias a temperatura de 25°C. Após incubação, observou-se crescimento sugestivo de Sporothrix sp., pela formação de colônias filamentosas com bordas brancas e centro escuro. Na microscopia foram evidenciadas hifas hialinas septadas e conidiósporos ovais dispostos em margarida. Após o diagnóstico de esporotricose, o animal também positivou para FIV (Imunodeficiência Felina), sendo necessário sua internação. Apesar do prognóstico favorável e da gradual melhora dos sintomas clínicos, o animal foi eutanasiado, devido a fatores financeiros por parte do tutor.

Conclusão

Este relato de caso ressalta a ocorrência da esporotricose felina em Teresina, Piauí, uma região que ainda carece de estudos epidemiológicos acerca desta importante zoonose.

Área

Eixo 12 | 1.Micoses humanas e veterinárias - Esporotricose

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Ana Carolina Gomes Azevedo Marques, Helius Otoniel Oliveira Carvalho, Luis Miguel Martins Arrais, Ana Clara Silva Ferreira, Bianca Carvalho Sousa, Erika Maria Gadelha Santos, Alyne Pereira Lopes, Marcio Leonardo Morais Nobre, Clara Cecília Azevedo Santana, Fabiane Leite Silva, Raizza Eveline Escórcio Pinheiro