Dados do Trabalho
Título
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS LEISHMANIOSES VISCERAL CANINA E HUMANA EM TEÓFILO OTONI, MG
Introdução
Sob a perspectiva da “saúde única”, torna-se essencial a efetivação de iniciativas que detectem e previnam condições que favoreçam a emergência de enfermidades associadas à fragilidade socioambiental. Nesse sentido, como doença tropical negligenciada, a leishmaniose visceral apresenta alta taxa de letalidade em humanos não tratados e crianças desnutridas, encontrando-se amplamente distribuída no território nacional, com destaque para elevada prevalência em Minas Gerais, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do estado. O cão doméstico, por sua vez, representa um importante reservatório urbano para o protozoário, além de apresentar fragilidade na imunidade celular e, portanto, é suscetível ao desenvolvimento de quadros sintomáticos da Leishmaniose Visceral Canina (LVC). No grupo dos canídeos, durante a infecção, predomina a imunidade adaptativa humoral: deletéria e não protetora. Dessa forma, reconhecer os padrões de distribuição das infecções canina e humana, permite desenvolver estratégias de vigilância e bloqueio nas áreas de transmissão.
Objetivo (s)
Determinar o número de casos e a distribuição espacial dos casos de LVC e de LVH em Teófilo Otoni, MG
Material e Métodos
A pesquisa foi realizada a partir dos dados fornecidos pela Secretaria de Saúde de Teófilo Otoni, MG. Tais dados foram tratados no ARCGIS® e os mapas foram obtidos e analisados com intuito de contemplar o objetivo geral.
Resultados e Conclusão
Os casos de LVC passram de 14 em 2014 para 625 em 2016. Como esperado, os casos de LVH seguiram a mesma tendência de aumento, saltando de 6 casos em 2014 para 14 em 2016. A partir de 2016, como segundo momento, ocorreu declínio das infecções nos cães, com 65 casos de LVC em 2020. Em relação à LVH, o comportamento das notificações acompanhou a redução observada nos casos de LVC, com 13 casos em 2019 e 3 em 2020. Com população de 137.418 pessoas em 2022, Teófilo Otoni apresenta 37,8% das pessoas na linha da pobreza, o que implica na dificuldade em acesso aos sistemas de saúde e, portanto, o adoecimento. Geograficamente, na região noroeste da cidade foram registrados o maior número de casos de LVC e de LVH no período de 2015 a 2019. Tal região apresenta os menores índices socioeconômicos de desenvolvimento e de qualidade de vida: saneamento básico deficiente, baixa pavimentação das ruas, baixa frequência de coleta de lixo e risco habitacional.Este estudo, por fim, reafirma a relação espacial positiva entre as leishmanioses canina e humana, ratifica a relação entre as populações negligenciadas e a doença.
Palavras Chave
Leishmanioses; Teófilo Otoni; Distribuição espacial; Saúde Única
Área
Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
João Pedro Pinto Loja, Stephany Kellyn Alves Nunes, Alícia Caroline Cardoso Ferreira, Lízia Colares Vilela