Dados do Trabalho

Título

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DOS VÍRUS INFLUENZA A CIRCULANTES NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE DO BRASIL, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2023 A ABRIL DE 2024

Introdução

Os vírus influenza são alvo de intensa vigilância epidemiológica em virtude da constante variação antigênica e genética que apresentam impactando, dessa forma, na formulação vacinal e no surgimento de resistência aos antivirais utilizados.

Objetivo (s)

Assim objetivou-se investigar a diversidade genética dos vírus influenza A circulantes nas regiões Norte e Nordeste. 

Material e Métodos

Para o Sequenciamento Genético de Nova Geração por amplicons utilizando a plataforma MiSeq illumina, foram selecionadas cepas com representatividade geográfica e temporal, e as sequências obtidas comparadas com as sequências das cepas de referência vacinal do Hemisfério Norte (HN) e Hemisfério Sul (HS) dos anos de 2023-2024. Trabalho submetido e aprovado pelo comitê de ética do Instituto Evandro Chagas através do CAEE 574858.8.0000.0019. 

Resultados e Conclusão

Um total de 588 genomas do vírus influenza A foram analisados, sendo 120 (20,4%) do subtipo A/H3N2 e 468 (79,6%) A/H1N1pdm09. A análise filogenética mostrou que os genomas de A/H3N2 pertenciam a dois clados distintos: 2a1b.2a.2b geneticamente relacionado a cepa vacinal A/Darwin/6/2021-like preconizada para a temporada de 2023, e 2a1b.2a.2a.3a.1 relacionado com a cepa vacinal A/Thailand/8/2022(H3N2)-like estabelecida para 2024-2025 no HN e 2024 no HS. Em relação aos genomas do subtipo A/(H1N1)pdm09 observou-se a co-circulação de dois grupos genéticos: 6B.1A.5a.2a e 6B.1A.5a.2a.1. A maioria das cepas circulantes (63,4%) em 2023 era geneticamente relacionada com a cepa vacinal A/Sydney/5/2021 disponível para o HS, porém 36,6% eram relacionados com a cepa vacinal A/Wiscosin/67/2022 da temporada 2023-2024 do HN. Até abril de 2024, 62,3% das cepas agruparam no clado 6B.1A.5a.2a, que não corrobora geneticamente com a cepa vacinal A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09-like preconizada para a temporada de 2024 do HS e 2024-2025 do HN, porém 37,7% agruparam no clado 6B.1A.5a.2a.1, geneticamente relacionado com a cepa  vacinal A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09, preconizada para a vacina de 2024 do HS. Além disso, 16 segmentos gênicos da neuraminidase tipo 1, apresentaram a mutação S247N previamente descrita por gerar redução a sensibilidade ao antiviral oseltamivir. Dessa forma, o papel da vigilância torna-se fundamental, uma vez que os dados obtidos podem subsidiar a escolha das cepas vacinais com as mesmas características antigênicas e genéticas das cepas circulantes, para uma imunização mais precisa e ainda, fomentar o correto manejo clínico dos pacientes infectados pelo vírus influenza.

Palavras Chave

Influenza Humana; Vigilância em Saúde Pública; Infecção Respiratória