Dados do Trabalho

Título

Prevalência de ISTs entre Trabalhadores Rodoviários na Rota de Integração Latino-Americana (RILA)

Introdução

A Rota de Integração Latino Americana (RILA) é um projeto que conecta Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, otimizando a logística de transportes e aumentando a competitividade das exportações. A região Centro-Oeste, conectada ao Pacífico via Campo Grande/MS, é fundamental nesse corredor. Caminhoneiros e demais trabalhadores dessa rota são vulneráveis devido a longas jornadas, baixa escolaridade e falta de controle de saúde, tornando-se um importante tema epidemiológico. 

Objetivo (s)

Estimar a prevalência de IST (Sífilis, Hepatite B e C e HIV) na população de trabalhadores do setor rodoviário que trabalham na RILA. 

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, com amostra por conveniência e aleatória. As coletas dos dados ocorreram na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, entre outubro de 2023 a maio de 2024, em dois postos de combustíveis. O estudo compreendeu três etapas com cada participante, uma com a aplicação de um questionário sociodemográfico e epidemiológico, verificação de sinais vitais e antropometria e oferta dos testes rápidos para IST. Esta pesquisa está aprovada no CEP sob CAAE n° 68600823.1.0000.8030. 

Resultados e Conclusão

Foram entrevistados 179 profissionais, com idade média de 49,3 anos, sendo a maioria do sexo masculino (163/91%). Entre os entrevistados, 55,3% se identificaram como pretos ou pardos, 88,2% possuem escolaridade até o ensino médio completo, e 62,0% são usuários do SUS. Os participantes são residentes de 14 estados brasileiros, com 2 participantes residentes na Bolívia. Em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST), a média de parceiros sexuais nos últimos 6 meses foi de 1,77 ± 2,56. Observou-se que 17,3% dos entrevistados não possuem parceiro fixo e 67,5% não utilizam preservativo durante as relações sexuais.  Os dados sobre as ISTs revelaram uma prevalência de 6,1% para sífilis. Destes casos, 36% dos indivíduos haviam realizado tratamento anterior, enquanto os demais não tinham conhecimento prévio sobre o diagnóstico ou tratamento. Não foram encontrados resultados reagentes para HIV, HBV e HCV. Esses resultados reforça a importância de estratégias de saúde pública direcionadas para educação sexual, prevenção e tratamento adequado dessas infecções.

Palavras Chave

Infecção Sexuamente Transmissíveis (ISTs); Caminhoneiros; Educação sexual