Dados do Trabalho
Título
Análise Interdisciplinar e Intercultural do HIV/AIDS entre os Guarani de Dourados/MS
Introdução
A Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida tem afetado milhões de pessoas em todo o mundo. Historicamente as epidemias têm assolado as populações indígenas. As doenças infectocontagiosas provocaram grandes impactos nos povos indígenas, atualmente as Infecções Sexualmente Transmissíveis também possuem uma ameaça iminente, principalmente a disseminação do Vírus da Imunodeficiência Humana, tendo em vista que a população indígena representa menos de um por cento da população no país. Além disso, os contextos socioculturais podem aumentar a chance de infecção pelo HIV, como por exemplo: rituais e/ou eventos manuseio de objetos perfurocortantes compartilhados, sem adequada desinfecção; interações entre grupos étnicos distintos; prática de aleitamento cruzado, além de práticas sexuais de poligamia e poliandria.
Objetivo (s)
Este trabalho teve como objetivo fazer uma análise interdisciplinar e intercultural sobre Pessoas Vivendo com Vírus da Imunodeficiência Humana e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida na população Guarani da Terra Indígena de Dourados em Mato Grosso do Sul. Foram apresentados também, os dados secundários das pessoas vivendo com HIV, por meio do banco de dados do Distrito Especial de Saúde Indígena do Mato Grosso do Sul.
Material e Métodos
O estudo retrospectivo de abordagem quanti-qualitativa abrangeu os dados subjetivos que tiveram importância fulcral, visto que deram sentido aos dados quantitativos, tendo como conceito chave a diversidade cultural e a interculturalidade. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, CAAE: 99538718.5.0000.0065.
Resultados e Conclusão
O número de pessoas vivendo com HIV no estado do Mato Grosso do Sul acompanhados em 2020, foram 111 pessoas indígenas, a aldeia Amambai apresentou o maior número de indígenas vivendo com HIV, no estado os mais acometidos foram os indígenas da etnia Guarani Kaiowá e Guarani Ñandeva. Em 2018, 2019 e 2020 a aldeia Amambai apresentou o maior número de óbitos por AIDS. A não adesão ao tratamento está plena de significados e pode ser compreendida por meio do processo de adoecer de cada sujeito que vive com HIV. O estigma carrega uma morte social que é traumática. Conclui-se que as situações das pessoas Guarani vivendo com HIV, é um fato social total, ou seja, ele é um paradigma sócio/econômico/cultural de mudanças estruturais dentro da Reserva Indígena de Dourados.
Palavras Chave
hiv; AIDS; Povos indígenas; Guarani; Interculturalidade.
Área
Eixo 19 | Outros
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Indianara Ramires Machado, Maria de Lourdes Beldi de Alcântara, Claudia Maria de Castro Gomes, Carlos Eduardo Pereira Corbett, Marcia Dalastra Laurenti