Dados do Trabalho
Título
Achados histopatológicos e características de imunoreatividade de óbitos suspeitos de síndromes hemorrágicas recebidos no Núcleo de Anatomia Patológica do Instituto Adolfo Lutz - São Paulo durante a epidemia da Dengue no ano de 2024
Introdução
Febres hemorrágicas se caracterizam pela ocorrência de febre e manifestações hemorrágicas, com uma parcela significativa de casos que evoluem para falência de múltiplos órgãos e óbito, sendo consideradas um grave problema de saúde pública em regiões tropicais e subtropicais. A febre amarela, malária, dengue e leptospirose são exemplos de febres hemorrágicas. Durante uma epidemia de dengue, que afeta o Brasil desde o início de 2024, outros patógenos podem estar presentes. Como laboratório de Saúde Pública, o Núcleo de Anatomia Patológica do Instituto Adolfo Lutz (CPA/NAP/IAL), atua junto à vigilância epidemiológica na elucidação diagnóstica de febres hemorrágicas, para compreender a surtos epidêmicos.
Objetivo (s)
Apresentar as principais alterações histopatológicas do órgão-alvo e as características da imunomarcação observadas nos casos de óbitos recebidos pelo CPA/NAP/IAL durante a epidemia vigente.
Material e Métodos
Estudo retrospectivo dos casos de óbitos suspeitos de febre hemorrágica enviados ao CPA/NAP/IAL nos meses de fevereiro a maio de 2024 (CAEE 36158820.0000.0059). Os resultados das avaliações histopatológicas e dos exames imuno-histoquímicos foram obtidos através do sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL- Ministério da Saúde), compilados e analisados através de planilha Microsoft Excel®.
Resultados e Conclusão
Dos casos suspeitos, os diagnósticos encontrados foram de dengue, leptospirose e febre amarela. As alterações microscópicas encontradas no fígado e o padrão de imunomarcação encontrados nos casos de dengue diagnosticados apresentaram como principal alteração histológica a presença de esteatose micro ou macrogoticular acompanhada de congestão centrolobular. Já nos casos de leptospirose os achados principais foram destrabeculação/desarranjo difuso de hepatócitos acompanhado de infiltrado linfomononuclear. Na febre amarela as alterações microscópicas foram congestão mediozonal e intralobular com necrose de hepatócitos confluente e discreto infiltrado portal linfomononuclear. Em relação a imunomarcação, na dengue a imunorreatividade no fígado estava presente nas células de Kupffer e no endotélio vascular, nos casos de leptospirose a imunorreatividade é predominante em células de Kupffer e, na febre amarela foi observado imunorreatividade em células hepáticas apoptóticas da zona média.
Palavras Chave
Febres Hemorrágicas; dengue; Leptospirose; Imuno-histoquímica
Área
Eixo 17 | 1.Vigilância em saúde - Emergências em Saúde Pública
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Thais de Souza Lima, Cinthya Santos Cirqueira Borges, Ana Paula Lima, Daniel Monteiro Ferreira, Marcela Toledo de Oliveira, Rodrigo Albergaria Ressio, Cristina Takami Kanamura, Cesar Cilento Ponce, Tomás Zecchini Barrese, Silvia D'Andretta Iglezias, Amaro Nunes Duarte Neto