Dados do Trabalho
Título
MANEJO DE ESPOROTRICOSE EM GATOS DE VIDA LIVRE: IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA CEDITRAM E DEFINIÇÃO DE COLÔNIAS POSITIVAS EM CURITIBA, PR
Objetivos(s)
Colônias de gatos de vida livre são grupos de três ou mais animais sexualmente maduros que vivem em proximidade. O controle dessas populações é essencial para prevenir zoonoses, especialmente a esporotricose, uma infecção fúngica epidêmica no Brasil. A transmissão do gênero Sporothrix spp. ocorre por mordidas, arranhaduras ou solução de continuidade, e o comportamento reprodutivo comum a gatos inteiros facilita a transmissão. Este estudo objetivou definir estratégias para o enfrentamento da esporotricose em gatos de vida livre, visto que, no Brasil, não há protocolos para este fim.
Relato do Caso
Uma colônia de cerca de 40 gatos foi identificada na Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba, PR. O Centro de Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Paraná (Centro MVC-UFPR), com aprovação do protocolo 026/2023 da Comissão de Ética no Uso de Animais da UFPR, implementou a estratégia de Captura, Esterilização e Devolução (CED), incluindo o diagnóstico, tratamento e monitoramento da colônia (CEDITRAM). Além das atividades comuns à CED, animais com lesões tiveram amostras submetidas à citologia; todos os felinos foram identificados com marcação na ponta da orelha - direita para fêmeas, esquerda para machos e ambas para animais com lesões. Por cinco meses, seis ações foram realizadas, resultando na CEDITRAM de 18 gatos, dos quais 27,78% (5/18) foram diagnosticados com esporotricose e tratados com itraconazol e iodeto de potássio em isolamento na colônia; apresentando evolução positiva. Para prevenir a doença nos 13 felinos (72,22%) contactantes, sem lesões, procedeu-se ao tratamento em vida livre, administrado individualmente, de forma monitorada, para assegurar a eficácia. O manejo de gatos de vida livre é fundamental para o controle e prevenção da esporotricose, visto que a esterilização reduz a deambulação, a cópula, as brigas e a contaminação ambiental.
Conclusão
O protocolo CEDITRAM sugere o tratamento da colônia quando pelo menos um animal for diagnosticado com esporotricose. Define-se "colônia positiva para esporotricose" como grupos de três ou mais gatos de vida livre onde pelo menos um foi diagnosticado com a doença. Este estudo pioneiro destaca a importância do diagnóstico de colônias positivas para esporotricose e do manejo de gatos de vida livre para o enfrentamento da doença. A implementação do protocolo deve considerar as particularidades de cada colônia. São necessários estudos de monitoramento e avaliação, a longo prazo, dos impactos das intervenções.
Área
Eixo 14 | Zoonoses e Saúde Única
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Rita de Cássia Maria Garcia, Brunna Gabriela Gonçalves de Oliveira Ferreira, Vitor Gonçalves Teixeira, Julia Lampa Barbosa, Amanda Carolina Brito Barros, Danielle Ferreira de Magalhães, Ana Liz Ferreira Bastos