Dados do Trabalho


Título

Análise Espaço-Temporal da Leishmaniose Visceral Canina em São José do Rio Preto: 2008-2023

Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença parasitária grave, causada pelo protozoário do gênero Leishmania, sendo transmitida por flebotomíneos infectados do gênero Lutzomyia. Esta zoonose afeta tanto humanos quanto outros mamíferos, com os cães se destacando como os principais reservatórios, tornando a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) um importante indicativo para a LV humana. A análise espaço-temporal desempenha um papel importante na compreensão da disseminação da LVH e da LVC, permitindo a identificação de possíveis padrões e focos de transmissão.

Objetivo (s)

Este estudo tem o objetivo avaliar a distribuição da LVC em São José do Rio Preto e municípios adjacentes de 2008 a 2023, utilizando dados epidemiológicos para identificar possíveis padrões de transmissão e auxiliar na implementação de intervenções de controle mais eficazes. 

Material e Métodos

Os dados coletados abrangem registros oficiais fornecidos por órgãos de saúde locais e estaduais, contemplando a situação epidemiológica de diversos municípios da área pertencente ao Departamento Regional de Saúde XV (DRS XV) de São José do Rio Preto, que engloba um total de 102 municípios. Os indicadores incluem o registro de casos de LVC, a presença de vetores e a ocorrência de transmissão canina e/ou humana.

Resultados e Conclusão

A análise dos dados revelou variações significativas ao longo dos anos. De 2008 a 2010, houve o início da presença de casos humanos, caninos e de vetores em municípios como Jales, Urânia e Santa Fé do Sul. De 2011 a 2015, houve crescimento na transmissão combinada de humano, cão e vetor em Aparecida d’Oeste, Fernandópolis e outros municípios, com aumento contínuo da presença de vetores e cães. De 2016 a 2017, houve contínuo com presença de casos humanos em Votuporanga, e registros em Mirassol, Monções, Estrela Doeste. De 2018 a 2022, houve diversificação dos focos de transmissão, com a presença simultânea de casos humanos, caninos e vetores em cidades como São José do Rio Preto e registros de LVC em municípios sem a presença do vetor. Em 2023, não foram detectada nenhuma situação epidemiológica de LV. Com base neste estudo, conclui-se que a distribuição da LVC na região de São José do Rio Preto variou ao longo dos anos, sugerindo mudanças nos padrões de transmissão. O surgimento de novos casos de LVC em diversas localidades, incluindo áreas sem registros prévios de vetores, destaca a necessidade de uma investigação entomológica contínua para esclarecer possíveis lacunas na compreensão da disseminação da LV.

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral; Vetores; análise espacial; Investigação Entomológica

Área

Eixo 14 | Zoonoses e Saúde Única

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Denise Maria Bussoni Bertollo, Ana Victoria Perini Andrade, Natielly Rita Oliveira Santos, Rosa Maria Zini, Ana Paula Martins, José Eduardo Tolezano