Dados do Trabalho
Título
CO-INFECÇÃO ENTRE DENGUE E LEPTOSPIROSE: UM RELATO DE CASO.
Objetivos(s)
O objetivo do trabalho foi relatar um caso de co-infecção entre Dengue e Leptospirose com diagnóstico e tratamento realizados precocemente, enfatizando a raridade do fenômeno e um desafio clínico-semiológico significativo, com poucas descrições na literatura.
Relato do Caso
J.V.S.R, 18 anos, sexo masculino, branco, estudante e trabalhador rural, morador da cidade de Campos dos Goytacazes-RJ, deu entrada no Hospital Plantadores de Cana (HPC), com quadro de febre não aferida, vômitos e eritema difuso, com evolução de 4 dias. Paciente com Ag NS-1 positivo para Dengue, leucopenia e plaquetopenia. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, eupneico em ar ambiente, acianótico, anictérico, normocorado e eritema difuso. A conduta foi a internação hospitalar, com evolução do paciente para um quadro de dor abdominal e hepatomegalia, com relato de contato com animais de risco epidemiológico. O paciente evoluiu com queda do estado geral, inapetência, febre, vômitos, petéquias, taquipneia, dor intensa e aumento de enzimas hepáticas, um quadro típíco de Hepatite Aguda por Dengue. No 8º dia de internação, a bilirrubina total ascendeu às custas de bilirrubina indireta, com urobilinogênio (+++) e bilirrubina (+) em nova Urina tipo I solicitada e hipoalbuminemia. O paciente apresentou aumento da creatinina sérica, hipertensão arterial súbita e hemorragia subconjuntival bilateral, caracterizando uma Síndrome Ictérica-Hemorrágica. Foram solicitadas as sorologias para leptospirose e iniciado o tratamento empírico com Cloranfenicol. TC de abdômen e pelve demonstrou pequeno derrame pleural bilateral, ascite e líquido livre no espaço peri-hepático. A sorologia foi positiva para a Leptospirose. No 10° dia de internação, o paciente apresentou melhora completa dos sintomas, aceitação alimentar satisfatória e recebeu alta com as devidas orientações para o acompanhamento ambulatorial.
Conclusão
Os casos de co-infecção apresentam maior gravidade pela ação somativa dos sintomas, dificuldade de diagnóstico e tratamentos distintos. Portanto, esse estudo destaca a importância de ampliação da vigilância epidemiológica, manejo e diagnóstico precoce das duas doenças. Logo, torna-se imperativo conduzir mais pesquisas sobre o tema, a fim de expandir o conjunto de evidências e suspeitas relacionadas à co-infecção, possibilitando a redução da taxa de mortalidade e aprimoramento da qualidade da saúde pública.
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Aline Pereira Pessanha, Bárbara Andrade Barcelos Rangel, Maria Fernanda Escocard Santiago, Raphaela Gomes de Carvalho, Luiz José de Souza