Dados do Trabalho


Título

O panorama epidemiológico da esquistossomose na macrorregião Nordeste de saúde de Minas Gerais comparado com as demais macrorregiões do estado: uma análise do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose de 1996 a 2021

Introdução

A esquistossomose mansônica é uma doença autóctone da África, causada pelo Schistosoma mansoni, que chegou ao Brasil em consonância com as pessoas escravizadas, transportados por navios e se expandiu no território entre os séculos XVI e XIX a partir do desenvolvimento das atividades econômicas. Atualmente, a esquistossomose é considerada uma doença tropical negligenciada, de notificação compulsória, relacionada à falta de acesso aos serviços de saneamento e a desigualdade socioeconômica. Nesse sentido, a macrorregião Nordeste de saúde de Minas Gerais (MG) destaca-se pela alta endemicidade desta enfermidade, contudo, há escassez de estudos atualizados sobre a doença na região. Portanto, será apresentado o panorama epidemiológico e o comparativo com as demais macrorregiões mineiras de saúde baseado no Sistema de Informação do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose (SISPCE) de 1996 a 2021.  

Objetivo (s)

Apresentar o panorama epidemiológico da esquistossomose mansônica na macrorregião Nordeste de saúde de MG e compará-lo com as demais macrorregiões do estado.

Material e Métodos

Os dados foram obtidos do SISPCE, disponíveis no DATASUS, separados por macrorregião de saúde de MG, de 1996 a 2021. Os parâmetros analisados foram: número de exames coproscópicos realizados, percentual de positividade e o número de pessoas com alta carga parasitária (17 ou mais ovos). Foram utilizados dados do IBGE sobre renda e dados da Fundação João Pinheiro (FJP) sobre saneamento básico.

Resultados e Conclusão

As macrorregiões que apresentaram maiores percentuais de positividade foram: Nordeste (10,6%); Jequitinhonha (6,31%); Leste (6,23%) e Vale do Aço (6,22%). Sobre o número absoluto de indivíduos com alta carga parasitária, destacam-se as macrorregiões Nordeste (16.962), Centro (5.862) e Leste do Sul (4.581). Em relação ao número de exames, sobressaem-se o Centro (1.943.720), Nordeste (1.439.274) e Norte (1.219.741). Ainda, observa-se que a macrorregião Nordeste possui o maior percentual de positividade, o maior número de indivíduos com alta carga parasitária, é a segunda que mais realiza exames e se destaca por apresentar boa parte da população na linha da pobreza, junto com a macrorregião Jequitinhonha. Nesse contexto, segundo dados da FJP, Teófilo Otoni, polo da macrorregião Nordeste, apresenta apenas 75,26% dos domicílios urbanos ligados à rede de esgoto. Percebe-se, portanto, a relação entre vulnerabilidade sanitária, indicadores sociais precários e alta endemicidade de esquistossomose mansônica. 

Palavras Chave

Esquistossomose Mansônica; Vigilância em saúde; Doenças Tropicais; Teófilo Otoni

Área

Eixo 07 | 3.Helmintíases humanas e veterinárias - Esquistossomose

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Maria Clara Lima Senra Oliveira, Giovanna Duarte Silva, Ana Carolina Rocha Silva, Lízia Colares Vilela