Dados do Trabalho
Título
USO DO CLOTRIMAZOL 1% TÓPICO COMO TERAPIA ADJUVANTE PARA REDUÇÃO AO TEMPO DE TRATAMENTO EM CASOS DE ESPOROTRICOSE FELINA – ESTUDO PRELIMINAR
Introdução
O Sporothrix brasiliensis destaca-se na esporotricose felina por sua alta virulência e representa riscos à saúde pública. É essencial que os animais doentes recebam suporte veterinário e terapias complementares para diminuir o tempo de tratamento e evitar a propagação da doença, sendo imprescindível adotar uma abordagem em Saúde Única para lidar com esta zoonose. Comparado à monoterapia com Itraconazol, a associação do Clotrimazol 1% tópico pode oferecer benefícios com a redução do tempo de tratamento, dos custos, melhorando os desfechos clínicos dos pacientes.
Objetivo (s)
O objetivo deste estudo, realizado na Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de São José dos Pinhais, Paraná, foi avaliar o potencial do Clotrimazol 1% como terapia adjuvante no tratamento da esporotricose felina, especialmente quando combinado ao Itraconazol.
Material e Métodos
A amostragem foi por conveniência, incluindo animais atendidos na UVZ. Vinte gatos (grupo 1- G1) foram tratados apenas com Itraconazol; 9 gatos (G2), com Itraconazol e aplicação tópica de clotrimazol 1% em solução fisiológica nas lesões. O Itraconazol foi oferecido gratuitamente e o Clotrimazol 1% era comprado pelos proprietários. Os grupos incluíram gatos de ambos os sexos e de idades diversas. Foram avaliadas as variáveis: alta de tratamento, ocorrência de abandono do tratamento e casos de morte dos animais por agravamento do quadro ou eutanásia. Após, foram realizados testes de qui-quadrado para avaliar se houve diminuição no tempo do tratamento dos animais pertencentes ao G2, assim como diminuição dos efeitos adversos.
Resultados e Conclusão
No G1, 5% (1/20) fugiu e 5% (1/20) abandonou o tratamento após o tempo médio de 2 meses; 25% (5/20) morreram (dois por eutanásia e três em consequência da evolução da doença), com tempo médio de tratamento de 2,6 meses; 15% (3/20) receberam alta clínica após um tempo médio de 3 meses de tratamento; 50% (10/20) continuam em tratamento, após uma média de 2,571 meses de tratamento. No G2, 44% (4/9) receberam alta e tiveram uma média de 1,75 meses de tratamento; 11% (1/9) foi eutanasiado devido à refratariedade ao tratamento, após 2 meses sendo tratado; 44% (4/9) permanecem sob tratamento com tempo médio de 3,25 meses. Sobre os efeitos adversos, apresentaram vômitos 10% (2/20) do G1 e 11% (1/9) do G2; inapetência, 40% (8/20) do G1 e 11% (1/9) do G2; anorexia, 35% (7/20) do G1 e 22% (2/9) do G2; desidratação, no G1, 35% (7/20) e G2, 11% (1/9); 30% (6/20) do G2, 78% (7/9) apresentaram necrose tecidual. Após análise do qui-quadrado, houve diferença significativa (p=0,023) no tempo médio de tratamento entre os grupos, o G1 obteve tempo médio menor. Quanto aos efeitos adversos, não houve diferença (p=0,064) significativa entre os grupos.
Palavras Chave
Zoonoses negligenciadas; Saúde Única; micose subcutânea; Gatos
Área
Eixo 12 | 1.Micoses humanas e veterinárias - Esporotricose
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Rita de Cassia Maria Garcia, Amanda Carolina Brito Barros, Haroldo Greca Junior, Brunna Gabriela Gonçalves de Oliveira Ferreira, Cassiana Dahlke Machado, Soraia Figueiredo de Souza, Sandra Vogel Seixas, Camila Stefanie Fonseca de Oliveira, Margareti Medeiros