Dados do Trabalho

Título

Casos autóctones de leishmaniose visceral canina em região de ecoturismo em Pernambuco.

Introdução

As leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas com alta incidência e prevalência no Brasil. As duas formas da doença, visceral e tegumentar, são comuns em regiões endêmicas no país. O ciclo de transmissão zoonótica é bastante complexo porque envolve muitas espécies de Leishmania, de reservatórios e de vetores. As espécies envolvidas na Leishmaniose visceral no Brasil são a Leishmania (Leishmania) infantum e o principal vetor é o Lutzomyia longipalpis. Regiões de atividades de ecoturismo proporcionam um contato mais próximo entre as pessoas e o meio ambiente e pode aumentar as possibilidades de infecção por espécies autóctones de parasitas em regiões endêmicas ou não para a leishmaniose visceral.

Objetivo (s)

Comprovar infecção natural por L. (L.) infantum e casos autóctones de cães em região turística. 

Material e Métodos

O inquérito foi realizado no município de Lagoa dos Gatos, PE, região de ecoturismo, com 200 cães domésticos assintomáticos. Todas as amostras de sangue total coletada dos cães foram submetidas aos testes sorológicos TR-DPP® e ELISA EIE®, em 33 amostras também foram submetidas à qPCR para confirmação da infecção pelo parasita.

Resultados e Conclusão

Apenas 2,5% dos cães foram positivos no TR-DPP e 10% no ELISA. Na qPCR, a positividade foi de 21,2%. Por teste molecular ou sorológico, 18 cães foram positivos para leishmaniose visceral canina, mas apenas 5 foram confirmados com a doença pelos critérios do Programa Brasileiro de Controle das Leishmanioses. O uso da qPCR deve ser usado com teste de triagem em estudos de vigilância, porque a sensibilidade analítica dela (0,025 parasitas/reação) é maior que os testes sorológicos. Nenhum caso de leishmaniose visceral (LV) foi notificado na região entre 2022 e 2024, porém a população está exposta ao risco de transmissão. Em municípios distando até 100Km de Lagoa dos Gatos, há notificação de casos de LV nos últimos 5 anos.    

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral Canina; confirmação sorológica; qPCR; Leishmaniose Visceral; Ecoturismo; casos autóctones.