Dados do Trabalho
Título
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIVIRAIS DOS VÍRUS INFLUENZA, CIRCULANTES NO BRASIL, ENTRE 2020 E 2024.
Introdução
Os vírus influenza (IVs) são importantes causadores de doenças respiratórias em humanos. Além da vacinação, o uso de antivirais é crucial para o controle dessas infecções. Atualmente, os inibidores de neuraminidase (NAIs), incluindo o oseltamivir (OST), são os antivirais mais utilizados. Como alternativa aos NAIs, existe o baloxavir marboxil (BXM), um inibidor de polimerase (POLI), embora aprovado em alguns países, mas ainda não está em uso no Brasil. Entretanto, podem surgir mutações nos genes que codificam as proteínas alvo dos antivirais que estão associadas à redução da susceptibilidade (RI) a estes fármacos, como ocorre com os inibidores do canal iônico M2 (M2I), atualmente descontinuados. Dessa forma, a vigilância de cepas com mutações associadas à RI aos antivirais deve ser intensificada
Objetivo (s)
Este estudo avalia os IVs circulantes no Brasil entre 2020 e 2024, focando no monitoramento de mutações nos genes PA, NA e M2 associadas à susceptibilidade às principais classes de antivirais e na avaliação fenotípica de isolados virais à susceptibilidade ao OST.
Material e Métodos
Foram analisadas sequências genéticas de IVs coletados no Brasil e disponíveis no banco de dados GISAID, utilizando a ferramenta FLUSERVER. Adicionalmente, mensuramos o IC50 do OST dos isolados de IV através de ensaios de inibição da NA.
Resultados e Conclusão
Foram analisadas 4603 sequências genéticas de IVs representando as cinco regiões geográficas do Brasil e compreendendo 1416 A(H1N1)pdm09, 2024 A(H3N2) e 1163 IBV linhagem Victoria. Identificamos IVs com substituições associadas à RI aos NAIs, incluindo NA:I222V (n = 14), NA:S247N (n = 5) e NA:I223V (n = 1) em IAV, e NA:D197N (n = 1) em IBV. Os testes de susceptibilidade ao OST em 118 isolados virais (28 A(H1N1)pdm09, 10 A(H3N2) e 80 B/Victoria) indicaram que todos apresentaram sensibilidade normal ao fármaco. Adicionalmente, encontramos 5 sequências de A(H3N2) com marcadores de RI ao BXM: I38M (n = 2), I38V (n = 1), I38del (n = 1) e L28P (n = 1). Além disso, identificamos 2 sequências de A(H1N1)pdm09 sem o marcador M2:S31N, que confere resistência aos M2I e que atualmente está fixado na população viral. Dessa forma, concluímos que a frequência de mutações associadas à RI aos antivirais NAIs e BXM é baixa e que os isolados virais apresentam perfil fenotípico susceptível ao OST. Além disso, a maioria dos IVs ainda apresenta os marcadores de RI aos M2Is. Tais dados estão em concordância com o relatado mundialmente para a susceptibilidade aos antivirais dos IVs circulantes atualmente.
Palavras Chave
influenza; antiviral; resistência; oseltamivir; baloxavir; adamantanos
Área
Eixo 10 | 3.Outras viroses humanas e veterinárias - Viroses emergentes e reemergentes
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Thiago das Chagas Sousa, Jéssica Santa Cruz de Carvalho Martins, Lais Menegoi, Beatriz Bonsaver, Michele Lima, Angela Alexandre, Braulia Costa Caetano, Marilda Siqueira, Aline da Rocha Matos