Dados do Trabalho
Título
Vozes e conhecimento indígena Munduruku sobre mordidas de poribê (cobras)
Introdução
A diversidade de recursos naturais utilizados por populações indígenas no cotidiano da Amazônia, é reconhecido como um saber que agrega crenças e culturas entre os seres vivos e onde eles estão inseridos (RODRIGUES; MARTINS, 2020). Refletir sobre o conhecimento de indígenas Mundurukus em ocorrências de mordidas de cobras, nos permite identificar os cuidados por indígenas nos eventos em que ocorrem os acidentes e qual o conjunto de atores participam deste processo.
Objetivo (s)
Narrar o conhecimento indígena Munduruku em ocorrências de mordidas de cobras.
Material e Métodos
Estudo qualitativo realizado com indígenas Mundurukus que habitam entre o Município de Nova Olinda do Norte e Borba – AM, e que possuem reconhecimento e atuação como: Pajés, rezadores, benzedores, curadores, esperitistas, parteiras e outros. O estudo foi conduzido por entrevistas em profundidade contendo perguntas abertas, registro em diário de campo e observação participante. Para análise dos dados optou-se pela análise de conteúdo. Para cada participante do estudo, foi indicado um pseudônimo de nome de cobras da Amazônia. O estudo faz parte do projeto "Inovando a vigilância de envenenamento por serpentes e outros animais peçonhentos na população indígena, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas sob o CAAE: 17408719.2.0000.5016.
Resultados e Conclusão
O resultados foram baseados em dados parciais de 16 interlocutores, considerados especialistas na tipologia Munduruku, entre eles 03 (três) do sexo masculino e 13 (treze) do sexo feminino, do qual emergiu a seguinte categoria: " A cura através da Poribe ", baseando-se nos relatos dos entrevistrados. [...] A banha da surucucu e o couro são usados pra remédio e defumação (Jibóia Branca) [...] A banha do jacuraru e sucuriju tudo ele tomou pra combater a picada (Pico de Jaca) [...] Da cobra a gente usa a banha (Surucucu de fogo) [...] Mataram e tiraram aquele fígado, buchinho dela, pra ele engolir, disque aquilo é muito bom (Sucuriju) Através dos relatos, foi possível observar a utilização de diversos recursos naturais utilizados entre os Munduruku na ocorrência de mordidas de cobras, no qual destacamos as que envolviam o uso de substâncias provenientes da própria serpente. Nessa perspectiva, Brito et al., (2021) descreve a importância em conhecer os saberes de populações tradicionais sem hierarquizar ou desvalorizar as distinções de cada grupo populacional. Em vista aos achados, considera-se relevante conhecer os atores locais e suas práticas de tratamento e cura entre populações aldeadas.
Palavras Chave
Povos indígenas; Conhecimento Tradicional; leishmaniose
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
GISELE REIS DIAS, WUELTON MARCELO MONTEIRO, JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT, ALTAIR SEABRA DE FARIAS, GILZA REIS DIAS LAVAREDA, MAURICIO LOPES DA SILVA, GEELLE SENA DE MELO, MATEUS CHAGAS ALMEIDA