Dados do Trabalho


Título

Técnica de LPA aplicada na investigação de resistência antimicrobiana de Mycobacterium leprae, no âmbito do SUS

Introdução

O tratamento padrão da hanseníase, causada por infecção do bacilo Mycobacterium leprae (M. leprae), consiste em uma combinação de três antimicrobianos - dapsona, rifampicina e clofazimina. Em alguns casos, é possível que se desenvolva resistência a algum destes medicamentos, impedindo que se atinja a cura, uma vez que o tratamento se torna ineficaz. Sendo assim, a vigilância da resitência antimicrobiana é uma ferramenta importante no enfrentamento da doença, dessa forma, o Ministério da Saúde do Brasil desenvolveu um fluxo para invetigação desses casos, com utilização de um teste laboratorial qualitativo in vitro, por amplificação de DNA e hibridização reversa em fita de nitrocelulose (LPA), para detecção de M. leprae resistente a antimicrobianos, cuja implementação iniciou em 2024.

Objetivo (s)

Descrever a nova estratégia implementada pelo Ministério da Saúde para investigação de casos de M. leprae resistente a antimicrobianos, apontando quais critérios foram considerados para definir como foi estruturada a rede, além de apresentar os dados de resistência ao tratamento de hanseníase, registrados no Sistema de Investigação da Resistência (SIR) do Ministério da Saúde.

Material e Métodos

A descrição das condutas e definições da investigação da resistência antimicrobiana no tratamento da hanseníase foram baseadas no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Hanseníase, documento normativo oficial que determina todos os fluxos de diagnóstico e de condutas terapêuticas para a doença. Os dados referentes aos casos de resistência registrados foram retirados do SIR.

Resultados e Conclusão

A rede de investigação da resistência antimicrobiana no âmbito da hanseníase foi estabelecida conforme critérios de capacidade técnica dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN), além de fatores epidemiológicos. Sendo assim, a implementação do novo fluxo foi dividida em etapas, sendo definidos os LACEN dos seguintes estados para execução do teste LPA na primeira fase: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná e Santa Catarina. Nesse primeiro momento, as amostras coletadas nos demais estados serão testadas nos Laboratórios de Referência Nacional para a hanseníase. Todos os laboratórios selecionados, tanto LACEN, quanto de referência já receberam kits do teste LPA, sendo assim, atualmente a rede tem capacidade de atender prontamente 1.044 pacientes. Ainda, o Ministério da Saúde ainda possui mais kits a serem distribuídos conforme demanda.

Palavras Chave

Resistência antimicrobiana; Hanseníase; Testes laboratoriais; Tecnologias em Saúde

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Autores

Marcela Campos, Alexandre de Macedo, Natália de Andrade, Jurema Brandão, Ciro Gomes