Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE COMPARATIVA DOS PADRÕES CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DA SRAG NA BAHIA ANTES E DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Introdução

O coronavírus SARS-CoV-2 desencadeou uma pandemia global com profundas consequências para os sistemas de saúde. Na Bahia, Brasil, houve uma mudança significativa nos padrões clínicos e epidemiológicos das doenças respiratórias, especialmente na síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Portanto, justifica-se analisar o impacto desse novo vírus nas infecções respiratórias e na saúde pública.

Objetivo (s)

Analisar comparativamente os padrões clínicos e epidemiológicos da SRAG antes e durante a pandemia de Covid-19 na Bahia.

Material e Métodos

Os dados foram obtidos do SIVEP-Gripe e incluíram todos os casos de SRAG e doença respiratória grave registrados em 2019 e 2020, confirmados por PCR. Os casos foram categorizados em quatro grupos com base na detecção viral: 1) Influenza (FLUAV ou FLUBV); 2) Vírus sincicial respiratório (RSV); 3) Covid-19 (SARS-CoV-2); e 4) Outros vírus respiratórios (OV). A análise estatística considerou três períodos: antes da pandemia (2019), durante o primeiro ano da pandemia (2020) e todo o período de estudo. O estudo foi aprovado pelo CEP/UESC, protocolo CAAE: 52140621200005526.

Resultados e Conclusão

Em 2020, o número de notificações de SRAG e doença respiratória grave na Bahia aumentou significativamente, sendo 23 vezes maior em comparação com 2019. A distribuição geográfica das notificações concentrou-se em Salvador e sua região metropolitana, seguida pelas cidades mais populosas do interior. A análise demográfica dos casos revelou que os indivíduos afetados em 2020 eram tipicamente mais velhos, com uma média de idade de 57 anos, comparado à média de 20,6 anos observada em 2019 (p<0,0001). Em 2019, houve uma razão de chances elevada para sintomas respiratórios em comparação com 2020 em todos os grupos virais analisados (FLUV, RSV e OV). Especificamente nos casos de SARS-CoV-2, constatou-se uma menor frequência de febre, tosse seca, dispneia, desconforto respiratório e vômito em comparação aos casos causados por outros vírus. No entanto, a mortalidade e a presença de comorbidades foram significativamente mais altas nos casos de Covid-19 do que nos casos de outras infecções virais respiratórias.A introdução do SARS-CoV-2 na Bahia alterou significativamente o perfil clínico-epidemiológico de outras infecções virais respiratórias. O perfil dos indivíduos com SRAG variou em idade, comorbidades, sintomas e desfechos, destacando a necessidade de diagnóstico diferencial precoce para identificar os mais vulneráveis e implementar intervenções oportunas para evitar desfechos desfavoráveis.

Palavras Chave

Síndrome Respiratória Aguda Grave; SARS; Coronavirus Associado a SARS; CoV-SARS; Sistemas de Informação em Saúde; Epidemiologia

Área

Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias

Autores

Cathianne Sacramento Pinto, Kariton Magalhães Bronze, Saulo Sacramento Meira, Galileu Barbosa Costa, Maíra Guimarães Kersul, George Rego Albuquerque, Ana Paula Melo Mariano, Anaiá Paixão Sevá, Sandra Rocha Gadelha