Dados do Trabalho
Título
Colonização por Triatoma sordida Stal, 1859 (Hemíptera: Reduviidae: Triatominae) em área urbana: Avaliação de risco de transmissão na região de Araçatuba, estado de São Paulo, Brasil.
Introdução
Triatoma sordida é bem distribuído no Brasil e apresenta grande importância epidemiológica. A presença desse vetor em ambiente urbano no estado de São Paulo já foi relatada, porém sem constatação de colonização da espécie.
Objetivo (s)
Esse estudo tem por objetivo relatar a ocorrência de colonização de T. sordida em ambiente urbano na região de Araçatuba.
Material e Métodos
Desde o ano de 2004, no estado de São Paulo, a vigilância entomológica ocorre de forma passiva, ou seja, um inseto suspeito coletado por um morador é encaminhado a um ponto de notificação e deste para o órgão de controle estadual, que procede a identificação e, em se tratando de um triatomíneo, realiza a busca ativa por vetores no imóvel onde originou a notificação. Exames de conteúdo instetinal para verificação de infecção por T. cruzi e estudo de fonte alimentar foram realizados. Essa avaliação considerou o período de 2021 a abril de 2024.
Resultados e Conclusão
Foram coletados 215 exemplares de T. sordida, em área urbana, provenientes de 34 municípios (82,9%), sendo todos examinados e nenhum positivo para T. cruzi. Em 9 municípios (9/34 = 26,4%) foram constatadas colonização da espécie no ambiente urbano, sendo realizado controle químico nessas circunstâncias. O processamento das amostras oriundas dos municípios onde se detectou T. sordida revelou a preferência desse vetor com sangue de aves, humano, roedor e gato, sinalizando para o ecletismo da espécie e impondo risco. Pode-se observar que para todas as situações os imóveis estavam muito próximos a área de vegetação natural ou em uma distância de cerca de 400 metros. Os encontros de triatomíneos na ocasião das ocorrências se deram em beiral da casa, em ninho de aves, ou no peridomicílio em local onde galináceos são colocados ao final do dia para dormir. Pode-se constatar a ausência de uma faixa de transição entre o ambiente rural e urbano, sendo os imóveis urbanos ligados diretamente ao ambiente rural. O risco de transmissão da doença de Chagas em humanos é baixo, não se constatando infecção do vetor no ambiente urbano, mas tem sido possível o contato do mesmo com o homem. Essas constatações reforçam a preocupação em urbanização da espécie no estado de São Paulo ressaltando a necessidade de incrementar ações de educação em saúde visando o monitoramento da situação.
Palavras Chave
Doença de Chagas; Vigilância Epidemiológica; Monitoramento Epidemiológico
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Autores
Rubens Antonio Silva, Fernanda Santos Silva, Neusa Madalena Bertani Freitas, Tânia Mara Tomiko Suto, Rosemari Suto, Wilson Antonio Souza, Abílio José Batista Costa, Keuryn Alessandra Mira Luz Requena