Dados do Trabalho


Título

Acesso, resolutividade e afetos: experiência de coordenação de cuidado regional na atenção às pessoas acometidas pela hanseníase

Objetivos(s)

A hanseníase segue como grande desafio regional para os gestores em saúde Região de Porto Seguro-Bahia. Esse território é constituído por oito municípios: Belmonte, Eunápolis, Guaratinga, Itabela, Itapebi, Itagimirim, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Historicamente todos os municípios detectam casos de hanseníase, evidenciando a força infecciosa do M. leprae, entretanto observa-se a redução geral da detecção, bastante impactada pelos efeitos da pandemia de COVID 19. Dados do SINAN regional (BAHIA, 2024) apontam uma prevalência de 3,55 / 10 mil hab. nos últimos três anos, revelando um padrão de média endemicidade. Todavia, considerando a incidência entre 2019 e 2023 percebemos um perfil de alta endemicidade (25,4/100 mil hab.).  A alta endemicidade se reafirma no padrão de casos novos na população menor de 15 anos, com incidência de 8,7 casos/100 mil hab. no ano de 2023, inclusive com registro de grau 1 e grau 2 de incapacidade.

Relato do Caso

O presente trabalho objetiva relatar as ações de sistematização da vigilância epidemiológica regional no período de 2020 a 2024, visto que a partir de 2020 houve um investimento no fortalecimento da gestão territorial da VIEP, com aprimoramento do SINAN e maior integração de ações estaduais e municipais. A crítica dos dados e as supervisões locais subsidiaram a execução de cinco ações de educação permanente entre capacitações e oficinas de realização de ANS em todos os municípios, para isso formou-se conglomerados entre municípios polo e municípios menores de trinta mil habitantes. Como resultados houve a seguinte evolução na avaliação de incapacidade física no diagnóstico passando de 68% em 2021, portanto antes dos processos formativos para 93% nesse ano de 2024, o que permitiu evidenciar a taxa de 10% GIF 2 na avaliação diagnóstica. Em relação ao seguimento observamos a tendência crescente das taxas de cura de 75,9% em 2021 para 80,4% em 2023. Por fim, os dados relacionados ao exame de contatos nos apontaram um padrão regular e crescente de realização, chegando a 85,7% no corrente ano.

Conclusão

Como ganhos secundários observamos a redução de custos e demanda física para os usuários decorrentes da diminuição das transferências, pois a nossa cidade dista 700Km da capital. Ampliação da rede de referências secundárias com a inclusão de serviço regional para os municípios menores e fortalecimento das coordenações de vigilância epidemiológica municipal e regional.

Área

Eixo 11 | 3.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Hanseníase

Autores

ISABELA SALGADO FERNANDES, KARINE LINS HORA CARVALHO