Dados do Trabalho
Título
Perfil epidemiológico dos óbitos por dengue notificados no Brasil na série histórica de 2014 a 2023.
Introdução
A dengue é considerada a arbovirose mais importante em humanos e representa grande preocupação para a saúde pública. A incidência dessa doença aumentou 30 vezes nos últimos 50 anos e, no Brasil, houve aumento de 500% na taxa de mortalidade entre 2000 (0,4 por 1 milhão de pessoas) e 2015 (2,4 por 1 milhão de pessoas). Conhecer o perfil epidemiológico dos óbitos permite aos gestores reconhecerem a população em maior vulnerabilidade e implementar medidas de prevenção e controle desse agravo à saúde.
Objetivo (s)
Descrever o perfil epidemiológico dos casos de óbito por dengue no Brasil entre 2014 e 2023.
Material e Métodos
Estudo descritivo de abordagem quantitativa, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2023. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. As variáveis analisadas foram: unidades da federação, mês dos primeiros sintomas, sexo, escolaridade, raça, classificação final, critérios de confirmação e sorotipo.
Resultados e Conclusão
Resultados: De 2014 a 2023, o Brasil notificou 6.489 óbitos confirmados por dengue. Em 2023 houve o maior número de casos, totalizando 16,7% dos casos da séria histórica. São Paulo liderou em óbitos (28%) e Roraima registrou o menor percentual (0,07%). Os primeiros sintomas da dengue foram observados nos meses de março (19,3%), abril (23,2%) e maio (15,6%), com uma queda gradual em agosto (2,3%), setembro (2,2%), outubro (1,9%) e novembro (2,1%). Indivíduos do sexo masculino apresentaram 50,7% dos casos. Na escolaridade, os óbitos predominaram naqueles com ensino fundamental incompleto (23,5%). O maior percentual de óbitos ocorreu entre os brancos (46,4%). Na classificação final dos casos de dengue, a maioria foi classificada como dengue grave (74,4%), com uma pequena porcentagem de casos de dengue clássica (0,1%). A confirmação laboratorial foi o critério mais utilizado (86,5%). Quanto aos sorotipos, a maior parte dos dados foi ignorada (82%), com DEN1 sendo o mais comum (11%) e DEN3 o menos comum (0,2%). Conclusão: A análise dos dados reforça a dengue como um desafio para a saúde pública. Assim, é essencial intensificar a vigilância epidemiológica, aprimorar estratégias de prevenção e controle, promover a conscientização através da educação em saúde e melhorar os sistemas de coleta de dados para reduzir a incidência da doença e amenizar seus impactos socioeconômicos nos serviços de saúde.
Palavras Chave
dengue; Mortalidade; Perfil epidemiológico; Saúde Coletiva.
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
Deysed Fernanda Conceição Silva, Ana Carolina Soares Alves, Anne Kelly Felix Santos, Mário Fernando Teixeira Melo Silva, Laysa Joana Santos Silva, Wisllany Milena Gomes Silva, Givânya Bezerra Melo, Lays Nogueira Miranda