Dados do Trabalho
Título
ESTUDO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM MUNICÍPIO COM ÓBITO PELA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA EM MINAS GERAIS, BRASIL.
Introdução
Até o ano de 2018, a leishmaniose visceral humana (LVH) e a leishmaniose visceral canina (LVC) eram consideradas pelo Ministério da Saúde como inexistentes no município de Estrela do Indaiá, MG. Entretanto, em 2018 foi notificado um óbito por LVH e esse fato levou ao estudo sobre a LVC iniciado em 2019, sendo encontrada uma prevalência de 10,2% na área urbana de Estrela do Indaiá. Em 2022, após a pandemia de COVID-19, foi dada continuidade ao inquérito sobre a LVC no município de Estrela do Indaiá, iniciado em 2019.
Objetivo (s)
Realização de inquérito sorológico para LVC, caracterização da espécie de Leishmania prevalente no município e comparação de prevalências entre os inquéritos antes e após a pandemia de COVID-19.
Material e Métodos
O inquérito sorológico canino foi realizado na área urbana, seguindo normas do Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde. O tamanho da amostra de cães foi definido de acordo com censo canino da vacinação antirrábica do município. Foram considerados cães positivos para LVC, aqueles sororreagentes por duas técnicas de diagnóstico imunológico, Imunocromatografia rápida -TR-DPP® (triagem) e Ensaio Imunoenzimático (ELISA) (confirmatório). Também foram coletadas amostras de medula óssea de sete cães positivos para LVC, para a caracterização da espécie de Leishmania prevalente no município, utilizando a PCR-RFLP de fragmento do gene HSP70. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da UFSJ, protocolo 8011011222.
Resultados e Conclusão
Das 316 amostras de sangue de cães coletadas na área urbana, 33 (10,4%) foram reagentes pelo DPP® e, destas, 21 (6,7%) confirmadas pelo ELISA, definindo a prevalência de LVC de 6,7% no município de Estrela do Indaiá. A única espécie encontrada nos cães avaliados foi a Leishmania infantum. Apesar da prevalência de LVC encontrada pelo inquérito de 2022 (6,7%) ser menor do que a encontrada em 2019 (10,2%), essa diferença não foi estatisticamente significativa (Qui-quadrado Yates=2,18; p=0,1397). Os resultados indicam que a LVC não teve progressão no município após a pandemia de COVID-19, mesmo que nenhuma medida de controle e prevenção tenha sido adotada entre os dois inquéritos. Porém, como houve um óbito humano por LVH em 2018 no município, esse fato coloca Estrela do Indaiá em alerta para a enfermidade. Por isso, medidas de prevenção e controle devem ser implementadas no município para evitar a progressão da LVC e da LVH.
Palavras Chave
Leishmaniose Visceral Canina; diagnóstico; Epidemiologia; Estrela do Indaiá
Área
Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose
Autores
Gilberto Fontes, Talita Pereira Vaz, Maria Clara Ferreira Leite, Ana Cláudia Morais Silva, Marcella Oliveira Gama-Melo, Ana Cristina Vianna Mariano Rocha Lima, José Ronaldo Barbosa, Célia Maria Ferreira Gontijo