Dados do Trabalho


Título

Toxoplasmose Congênita: Fatores de Risco e Tratamento

Introdução

<p>A toxoplasmose é uma doença endêmica no Brasil, causada pelo Toxoplasma gondii. Quando acomete gestantes apresenta maior risco pela possibilidade da transmissão para o feto.</p>

Objetivo (s)

<p>Descrever as caracteristicas dos pacientes com toxoplasmose congênita atendidos num serviço de referência para atendimento dessa patologia, descrever possíveis fatores de risco para aquisição da toxoplasmose congênita, bem como avaliar a efetividade do tratamento das gestantes.</p>

Material e Métodos

<p>Estudo descritivo, caso-controle, retrospectivo, envolvendo crianças notificadas pelo Serviço de Epidemiologia Hospitalar entre 12/2019 e 02/2023. O programa Stata (versão 12.0) foi usado para análises estatísticas, e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (CAE nº 66478822.0.0000.0096).</p>

Resultados e Conclusão

<p>Incluíram-se 60 pacientes, divididos em dois grupos: CASOS (22 crianças com IgM positivo e/ou IgG persistente por mais de 12 meses de vida) e CONTROLES (38 crianças expostas, mas com negativação do IgG). Nos pacientes CASOS, 21 (95%) teve o diagnóstico materno através da soroconversão (p&lt;0,001). Entre as mães dos pacientes CASOS 18 (86%) teve seu diagnóstico de toxoplasmose tardiamente (no terceiro trimestre), contra 9 (24%) dos CONTROLES (p &lt; 0,001). Em ambos os grupos, a maioria das mães recebeu tratamento, mas 9 (75%) dos CASOS iniciaram tardiamente, já 24 (92%) dos CONTROLES iniciaram o tratamento até o segundo trimestre (p &lt; 0,001). A idade gestacional dos CASOS foi estatisticamente menor que nos CONTROLES (mediana de 36.9 semanas; 34-40 vs. 39,0; 36-41). Os recém-nascidos do grupo CASOS, apenas 2% nasceram com algum sintoma clínico, porém 17 (94%) apresentaram alterações dos exames complementares realizados na triagem da maternidade. As principais alterações foram encontradas nos exames de imagem do sistema nervoso central (67%), seguida por alteração de fundo de olho (64%), líquor (53%) e hemograma (2%).&nbsp;</p>

<p>O diagnóstico e o tratamento tardios são fatores de risco significativos para a toxoplasmose congênita. O tratamento precoce das gestantes resultou em melhores desfechos clínicos e menor comprometimento dos recém-nascidos. A análise de exames complementares revelou alterações em casos assintomáticos ao nascimento, evidenciando a importância de uma triagem rigorosa nos RN. Recomenda-se, portanto, a revisão dos protocolos locais, sugerindo a realização de sorologias maternas mensais, permitindo diagnóstico e tratamento mais precoces.</p>

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Palavras Chave

Fator de risco; Soroconversão; Toxoplasmose congênita; assintomático; Exames de triagem

Área

Eixo 06 | 4.Protozooses humanas e veterinárias - Toxoplasmose

Autores

Angela Nazari dos Santos, Ana Carolina Fioravanti, Yasmin Oliveira Rossoni, Marina Pinheiro da Silva Bolinsenha, Giuliana Lugarini, Carolina Chong e Silva, Pedro Affonso Guimarães, Tony Tannous Tahan, Tatiane Emi Hirose, Cristina de Oliveira Rodrigues, Andrea Maciel de Oliveira Rossoni