Dados do Trabalho
Título
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ACRE: UMA ANÁLISE TEMPORAL DAS NOTIFICAÇÕES E DA RESPOSTA AO ATENDIMENTO NO ACRE (2013-2023)
Introdução
O estudo aborda acidentes causados por animais peçonhentos, como picadas de serpentes, escorpiões, aranhas e outros, que representam um problema de saúde pública. Quando atendidas no tempo adequado, o prognóstico é, na maior parte das vezes, favorável. A demora no atendimento, principalmente associada às diferentes realidades nos estados brasileiros, impactam diretamente nos desfechos dos casos.
Objetivo (s)
Analisar a evolução temporal das notificações de acidentes por animais peçonhentos no Acre, 2013 e 2023, com ênfase no intervalo de tempo entre a ocorrência da picada e o atendimento médico, identificando padrões, tendências e possíveis lacunas na resposta de saúde pública, contribuindo para o aprimoramento das estratégias de prevenção e manejo.
Material e Métodos
Estudo epidemiológico utilizando dados do SINAN sobre notificações Acidentes por Animais Peçonhentos e da Resposta ao Atendimento no Acre (2013-2023).
Resultados e Conclusão
Entre 2013 e 2023, foram registrados 10.897 acidentes por animais peçonhentos no Acre, com aumento geral ao longo dos anos. O ano de 2023 teve o maior número de casos, 1.101, e 2020 o menor, com 887. A maioria dos atendimentos ocorreu na primeira hora após o acidente (3.292 casos, 30,2%). Outros 24,7% foram atendidos entre 1 a 3 horas, 15,1% entre 3 a 6 horas, 5,9% entre 6 a 12 horas e 5,8% entre 12 a 24 horas. Casos atendidos após 24 horas somaram 10,1%. A maioria dos pacientes se recuperou (91,1%). Foram registrados 15 óbitos diretamente relacionados ao agravo e 2 por outras causas, enquanto 8,7% das notificações não tiveram a evolução definida. O aumento das notificações ao longo dos anos, especialmente a partir de 2015, sugere um crescimento real ou uma melhoria na notificação. A maioria dos casos foi atendida em até 3 horas, mas a proporção significativa de atendimentos após 24 horas indica dificuldades logísticas, especialmente em áreas remotas. O estudo destaca disparidades no atendimento devido à infraestrutura de saúde limitada em áreas rurais, falta locais de atendimento e maior incidência de acidentes nos locais de vegetação densa e predomínio de atividades agrícolas. Embora a alta taxa de cura indique eficácia no tratamento, os óbitos e as notificações sem evolução definida ressaltam a necessidade de políticas públicas desenvolvidas para expandir e melhorar o atendimento de saúde nessas regiões, incluindo ampliação da rede de urgência e emergência e a formação de profissionais capacitados para identificar o tipo de acidente e ofertar o atendimento adequado.
Palavras Chave
ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS; Animais Peçonhentos; RESPOSTA AO ATENDIMENTO NO ACRE
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Autores
Lais Felice Peixoto, Mayra Oliveira Coelho , Marco Antônio Ferreira Resende , Mayara Malter Sant'ana de Oliveira , Gabriely Martins Silva , Raissa Lima de Novais , Lara Andrade Santos, Rebeca Magalhães Rocha Oliveira, Letícia Miranda Ubagai, Minéia Marçal de Souza Rocha, Fernando Silva Oliveira