Dados do Trabalho
Título
Avaliação do comportamento da Doença de Chagas numa Região do Estado da Bahia.
Introdução
A doença de Chagas (DC) é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e configura-se como um importante problema de saúde pública no Brasil, com diferentes cenários regionais (Brasil, 2020). O Brasil assume proporções significativas com elevada carga de morbimortalidade. Atualmente, estima-se a existência de pelo menos um milhão de pessoas infectadas por T. cruzi, sendo uma das quatro maiores causas de mortes por doenças infecciosas e parasitárias no País, o que a insere necessariamente em agendas estratégicas globais e nacionais (Brasil, 2023). O modo de se impedir o aparecimento de novos casos reside, especialmente, no controle dos principais mecanismos de transmissão (vetorial, transfusional, congênita e, atualmente, oral) do protozoário Trypanosoma cruzi (Villela, 2009). O Brasil possui 66 espécies de triatomíneos, todos capazes de transmitir Trypanosoma cruzi, entretanto com capacidade e competência vetorial distintas. A região escolhida é classificada como de médio risco, o que a torna prioritária para o controle da doença de chagas a partir de ações coordenadas de atenção e vigilância.
Objetivo (s)
Avaliar o cenário atual da doença de Chagas numa região do Estado da Bahia.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo a partir dos dados do Sistema de Informação de Controle da Doença de Chagas (SIS-PCDCh) bem como de relatórios de monitoramento e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). O período avaliado foram os anos de 2019 a 2023.
Resultados e Conclusão
No período de 2019 a 2023 100% dos municípios informaram a presença de triatomíneos. Das 26 espécies encontradas na Bahia, a região de Itaberaba registrou nos últimos 5 anos 10 dessas 26 espécies, todas capazes de transmitir o Trypanosoma cruzi, sendo predominantes o Triatoma sórdida e Triatoma pseudomaculata, espécies prioritárias e com elevado potencial de colonização. O sistema do PCDCh nos últimos 05 anos (2019 a 2023) registrou aumento no índice de positividade, passando de 2,16 % em 2019 para 19,9% em 2023. Relatórios apontam aumento da notificação de chagas agudo, identificação de triatomíneos positivos em zona urbana e aumento da mortalidade por doenças de chagas registradas no SIM. Tal cenário pode esta relacionado ao desmatamento, intensificação de ações de educação permanente e melhoria na qualidade das informações. Evidencia-se, assim, a necessidade de investimento em políticas públicas que intensifiquem o controle da doença de chagas.
Palavras Chave
Doença de Chagas; Avaliação; Vigilância Epidemiológica
Área
Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas
Autores
Elânia de Oliveira Moraes Sant'Ana, Quézia Oliveira Santana Almeida