Dados do Trabalho
Título
Abandono terapêutico em idosos com hansenáise no Ceará
Introdução
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, que possui predileção pelas células epiteliais e do sistema nervoso periférico. No Ceará, a maior parte dos diagnósticos é em pessoas com mais de 60 anos. Entende-se como abandono de tratamento quando o paciente não completou o número de doses no prazo previsto e/ou não compareceu ao serviço de saúde. Dessa forma, a descontinuidade terapêutica em curso consiste em um grave problema de saúde pública, visto que poderá dar seguimento à cadeia de transmissão, assim como aumentar o risco de desenvolvimento de incapacidades físicas, repercutindo em estigma social.
Objetivo (s)
Descrever o número de casos de abandono terapêutico em idosos com hanseníase no estado do Ceará nos últimos dez anos.
Material e Métodos
Estudo epidemiológico descritivo realizado em agosto de 2024. Os dados foram extraídos do Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde (DataSUS), na sessão do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Utilizou-se as seguintes variáveis: Unidade Federativa de notificação; faixa etária acima de 60 anos; período de 2013-2023; número de lesões cutâneas (entre duas a cinco lesões); número de doses do tratamento (menor que seis doses na forma paucibacilar e menor que 12 doses na forma multibacilar). Os dados encontrados foram dispostos em planilhas, através do programa Excel, para realização das análises. Em decorrência do uso de dados secundários de domínio público, o estudo dispensa aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.
Resultados e Conclusão
Observou-se que, nos anos 2013 e 2014, houveram, respectivamente, 23 e 24 casos de incompletude do tratamento. Em 2015 e 2016, esse número estabilizou em 11. Já em 2017 e 2018, foram, respectivamente, 17 e 15 os casos de interrupção. Nos anos 2019 e 2020, corresponderam 25 e 24 casos de descontinuação da terapêutica. Em 2021, a incompletude representou 28 casos. Nos anos de 2022 e 2023, a interrupção da terapêutica, respectivamente, foi de 48 e 7 casos. A partir do exposto, percebe-se uma variação nos últimos dez anos no que tange as interrupções do tratamento da doença, tendo maior destaque para o ano de 2022. Nesse cenário, evidencia-se a necessidade de abordagens estratégicas que visem auxiliar os pacientes no tratamento completo e efetivo, evitando, assim, chances de sequelas e aumento no número de diagnósticos.
Palavras Chave
Hanseníase; Sistemas de Informação em Saúde; Abandono de Tratamento; Idoso
Área
Eixo 11 | 3.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Hanseníase
Autores
Evely Maria da Silva, Andressa Maria Carvalho Espíndola, Amanda Tavares Lacerda, Francisco Maurício Sousa da Silva, Bruna Barroso de Freitas, Paula Sacha Frota Nogueira