Dados do Trabalho

Título

Vigilância em Saúde nas Fronteiras: proposta para criação de um modelo de vigilância de base comunitária transfronteiriça em saúde

Introdução

A vigilância em saúde nas fronteiras internacionais amazônicas apresenta fragilidades face aos riscos recorrentes de surtos e epidemias potenciais na região. São áreas com alta mobilidade populacional, incluindo povos indígenas, garimpeiros e outros grupos extrativistas, os quais circulam entre os diferentes países fronteiriços. Geograficamente a população desta região se caracteriza por estarem presentes em locais distantes das áreas urbanas o que, por muitas vezes, dificulta o acesso, inclusive a serviços de saúde, aumentando a vulnerabilidade e determinando problemas de saúde específicos. Pensando estas peculiaridades e a dificuldade em lidar com emergências nestas regiões este trabalho foi desenvolvido em conjunto com serviços formais de vigilância - profissionais e gestores, e sociedade civil pensando a perspectiva da vigilância de base comunitária (VBC) e participativa.

Objetivo (s)

Desenvolver uma proposta de vigilância de base territorial e comunitária para as fronteiras Brasil-Peru-Colômbia e Brasil-Guiana Francesa, na Amazônia.

Material e Métodos

Através de uma abordagem participativa com foco transfronteiriço, utilizamos a observação de campo, análise documental, cartografia, entrevistas estruturadas e oficinas de trabalho. 

Resultados e Conclusão

Foi observado que o conceito de Vigilância de Base Comunitária é pouco conhecido entre os participantes. Apesar de não existirem fluxos e trabalhos conjuntos de vigilância, pré-estabelecidos e organizados junto aos serviços formais de vigilância e entre países vizinhos,  as comunidades situadas em áreas remotas e suas organizações civis (associações locais e cooperativas), se dispõem a colaborar com a coleta e disseminação de informações de saúde relevantes, contribuindo para as respostas mais rápidas aos problemas identificados nos territórios. Foram identificados de forma participativa com estas comunidades possíveis fluxos e instrumentos para o compartilhamento de informações entre os diferentes entes dos sistemas locais de vigilância: formais e informais. Neste processo foi reconhecido pela comunidade a importância de sua participação na vigilância em saúde, assim como a necesssidade de colabração com profissionais e gestores, visando a complementariedade das ações e a melhoria da resposta às emergências sanitárias nestes espaços. Um produto importante da pesquisa foi a elaboração de um Guia de Vigilância Comunitária em Saúde para a Amazônia, com foco em áreas de fronteira internacional. 

Palavras Chave

vigilância de base comunitária; saúde; fronteiras; Amazônia