Dados do Trabalho

Título

OCORRÊNCIA DE TRIATOMÍNEOS (Hemiptera: Reduviidae) E IDENTIFICAÇÃO DE UNIDADES DISCRETAS DE TIPAGEM (DTUs) DE Trypanosoma cruzi EM LOCALIDADES RURAIS NO ESTADO DE SERGIPE, NORDESTE, BRASIL

Introdução

A doença de Chagas (DC) tem como agente etiológico o Trypanosoma cruzi, protozoário que possui população heterogênea classificada em Unidades de Tipagem Discreta (DTUs), TcI-TcVI e TcBat. A enfermidade é transmitida, principalmente, por insetos hematófagos da subfamília Triatominae, que estão amplamente distribuídos no território nacional. Atualmente, são descritas 159 espécies, sendo 63 no Brasil e 13 espécies no estado de Sergipe, que por ser endêmico para DC e abrigar espécies de importância epidemiológica, necessita de ações continua de vigilância entomológica. 

Objetivo (s)

Verificar a ocorrência de triatomíneos em dois municípios endêmicos no estado de Sergipe, a taxa de infecção e a identificação das DTUs do T. cruzi associadas aos triatomíneos.

Material e Métodos

A coleta dos triatomíneos foi feita por busca ativa no ambiente peridomiciliar e silvestre de 10 povoados de Canindé de São Francisco e Porto da Folha. Os triatomíneos foram identificados taxonomicamente e tiveram suas fezes extraidas pelo método da compressão abdominal. A detecção dos parasitos foi feita por microscopia óptica e a genotipagem do T. cruzi foi realizada via PCR-FFLB, de 151 amostras isoladas das subespécies Triatoma brasiliensis macromelasoma, Galvão, 1956 e Triatoma brasiliensis brasiliensis Neiva 1911.

Resultados e Conclusão

Foram coletados 505 triatomíneos, sendo, 62,97% em Porto da Folha e 37,03 em Canindé de São Francisco. Os triatomíneos foram identificados como T. b. macromelasoma (58,81%), Psammolestes tertius Lent & Jurberg, 1965 (19,21%), T. b. brasiliensis (17,82%) e Triatoma pseudomaculata (Corrêa & Espínola, 1964) (4,16%). Em relação ao ambiente de coleta, o silvestre com 93,86%, foi o que apresentou maior frequência de coleta, seguido do peridomiciliar com 6,14. A PCR-FFLB, revelou que 31,79% (48/151) das amostras isoladas estavam positivas para o T. cruzi. Foram identificadas três DTUs: TcI (87,51%) em T. b. brasiliensis e T. b. macromelasoma, TcI + TcIII (10,41%) e TcI + Tr (2,08%) em T. b. macromelasoma. T. b. macromelasoma foi subespécie coletada com maior frequência e a que apresenta os maiores índices de infecção natural, evidenciando a sua importância epidemiológica devido, principalmente, a sua ampla distribuição geográfica, aos elevados índices de infecção natural e a diversidade de DTUs encontradas. Esses fatores, reforçam a necessidade de vigilância entomológica continua no estado de Sergipe, afim de mitigar novos casos de DC no estado.

Palavras Chave

Doença de Chagas; Doenças Negligenciadas; DTUs; Triatominae; Vigilância entomológica