Dados do Trabalho


Título

INFECÇÕES POR TRIPANOSOMATÍDEOS EM PRIMATAS NÃO-HUMANOS DO SUDESTE DO BRASIL

Introdução

<p>Os tripanosomatídeos estão entre os parasitos mais frequentes em primatas não-humanos (PNHs). Contudo, a maioria dos estudos se concentra em espécies consideradas patogênicas, negligenciando espécies muito comuns nestes animais, como é o caso de <em>Trypanosoma minasense</em>, reportado como exclusivo de PNHs e cujo ciclo de transmissão é desconhecido.</p>

Objetivo (s)

<p>Investigar infecções por tripanosomatídeos em PNHs capturados no Sudeste do Brasil.</p>

Material e Métodos

<p>Entre 2015 e 2022, 194 PNHs dos gêneros <em>Alouatta</em>, <em>Brachyteles</em>, <em>Callicebus</em>, <em>Callithrix</em>, <em>Leontopithecus </em>e <em>Sapajus </em>foram capturados na Mata Atlântica (Ma) do RJ e estados limítrofes (MG, SP e ES) e no Cerrado e áreas limítrofes (Ce) de MG (CEUA 004/2015, 037/2016, 14/2019; SISBIO 41837-3, 54707-6, 71714-6; INEA 019/2018). Diagnóstico parasitológico foi realizado através de lâminas com esfregaço sanguíneo/gota espessa e de hemoculturas axênicas. DNA extraído de coágulo sanguíneo/sangue total e hemoculturas positivas foi submetido a PCR tendo como alvo o gene 18S rDNA, e as amostras positivas sequenciadas pelo método de Sanger. Análise filogenética foi realizada utilizando os métodos máximo verossimilhança e inferência Bayesiana.</p>

Resultados e Conclusão

<p><em>Trypanosoma minasense</em> foi identificado em 125 PNHs, enquanto <em>T. cruzi </em>TcII, <em>T. rangeli</em> linhagem A e <em>Crithidia mellificae</em> foram encontrados em apenas um indivíduo cada (<em>L. rosalia</em>, <em>C. penicillata</em> e <em>A. guariba clamitans</em>, respectivamente). De oito hemoculturas positivas, somente em uma o parasito foi isolado (<em>C. mellificae</em>). O material sedimentado de quatro hemoculturas foi caracterizado como <em>T. minasense</em>. Quanto à análise filogenética, as sequências obtidas agruparam com referências da respectiva espécie/genótipo. Entre os PNHs da Ma, <em>S. nigritus</em> apresentou a maior positividade para <em>T. minasense</em> nas lâminas (61%; 14/23), seguido por <em>Callithrix </em>spp. (25%; 14/56) e <em>A. g. clamitans </em>(21%; 6/29). No diagnóstico molecular, as taxas de infecção por <em>T. minasense</em> foram maiores em <em>S. nigritus</em> (87%; 20/23) e <em>A. g. clamitans</em> (79%; 26/33) em relação a <em>Callithrix </em>spp. (51%; 31/61). <em>Callithrix </em>spp. do Ce apresentaram maiores taxas de infecção por <em>T. minasense</em> tanto nas lâminas (52%; 29/56) quanto no diagnóstico molecular (78%; 45/58) do que <em>Callithrix </em>spp. da Ma. Os resultados indicam que <em>Alouatta</em>, <em>Callithrix </em>e <em>Sapajus </em>são altamente expostos ao ciclo de transmissão de <em>T. minasense</em>, evidenciando a baixa especificidade de hospedeiros PNHs deste parasito.</p>

Palavras Chave

Trypanosoma minasense; Primatas não-humanos

Área

Eixo 06 | 5.Protozooses humanas e veterinárias - Outras

Autores

Maria Paula Machado Silva, Filipe Vieira Santos de Abreu, Fernanda Moreira Alves, Sandy Micaele Aquino Teixeira, Felipe de Oliveira, Maria Augusta Dario, Samanta Cristina das Chagas Xavier, Ricardo Lourenço de Oliveira, André Luiz Rodrigues Roque