Dados do Trabalho
Título
Explorando padrões epidemiológicos e climáticos na incidência de dengue na cidade de São Paulo
Introdução
A dengue é uma arbovirose de importância epidemiológica no Brasil e no mundo. Transmitida por mosquitos Aedes, é disseminado principalmente nos primeiros meses do ano. Somente este ano, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos notificados. A cidade de São Paulo representa 13% dos casos com mais de 267.000 notificações até a semana 18. Nos últimos anos, diversos eventos climáticos e fenômenos naturais importantes levaram ao aumento da temperatura média no planeta.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho é investigar a possível relação entre fatores epidemiológicos e climáticos e as grandes epidemias de dengue na cidade de São Paulo; correlacionar o número de casos e a temperatura mínima, máxima e média por semana epidemiológica; investigar possíveis fatores que não o clima para o aumento dos casos de dengue.
Material e Métodos
Compilamos e comparamos dados dos casos confirmados de dengue dos últimos 10 anos na cidade de São Paulo, coletados do Boletim Epidemiológico de Arboviroses da Prefeitura, disponibilizado semanalmente. Dados de temperatura mínima, máxima e média foram coletados da plataforma History+. CENSO e dados da Vigilância Epidemiológica de São Paulo foram considerados.
Resultados e Conclusão
As 3 maiores epidemias de dengue na cidade de São Paulo ocorreram nos anos de 2015 (103.186 casos), 2019 (16.966 casos) e 2024 (267.090 casos, até a semana 18), sendo que neste ano, a Coordenação Regional de Saúde (CRS) Norte contabilizou o maior número de casos, enquanto a CRS Leste apresentou a maior incidência. Talvez, não por acaso, a maioria das subprefeituras da Zona Leste têm os menores índices de desenvolvimento humano municipal (IDHM), de acordo com o CENSO de 2010. Comparando a média de temperatura da década 1984-1993 com a da última década, observou-se um aumento de 0,7ºC (19,6ºC - 20,3ºC). Ainda, no ano anterior às epidemias e nos anos de fato (2014 e 2015, 2018 e 2019 e 2023), a temperatura foi maior comparada aos demais. Finalmente, observou-se uma correlação positiva entre temperaturas mínima e máxima e número de casos reportados nos anos 2016, 2017, 2018 e 2020. As análises de 2024 encontram-se em andamento. Há fortes evidências que as temperaturas médias registradas em São Paulo se correlacionam com o aumento de casos reportados de dengue. Além do papel do clima, fatores socioeconômicos impactam no número de casos de dengue, como o índice IDHM, visto que encontramos relação entre o índice socioeconômico e a incidência de casos na CRS Leste.
Palavras Chave
dengue; Epidemiologia; Arbovirose
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Amanda Lopes Silva, Raquel Gomes Catozo, Bruno Luiz Miranda Guedes, Caio Santos Souza, Aline de Moura Brasil Matos, Mariene Ribeiro Amorim, Sérgio Roberto Costa Campos, Camila Malta Romano