Dados do Trabalho


Título

Primeiro relato de caso humano de infecção por Rickettsia parkeri cepa Mata Atlântica no litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil

Objetivos(s)

Rickettsia parkeri cepa Mata Atlântica é uma bactéria intracelular obrigatória e membro do grupo febre maculosa (GFM), esse agente patogênico é trasmitido por carrapatos vetores da espécie Amblyomma ovale associados a área de Mata Atlântica no Brasil. As infecções por este bioagente causam uma doença febril não letal e branda com potencial presença de escara no local de fixação do carrapato. O diagnóstico de infecções por R. parkeri são subdiagnosticadas justamente por ser uma doença de caráter brando e que a sintomatologia é semelhante a outras doenças febril agudas quando não há a presença do sinal clínico característico que é a presença de escara. Portanto, o objetivo deste trabalho foi detectar R. parkeri em crosta necrótica.

Relato do Caso

Em julho de 2023, um paciente que reside no município de Caraguatatuba, litoral norte do Estado de São Paulo e que costuma visitar os ambientes de florestas, rios e cachoeiras da região, junto com seu cachorro doméstico, notou um carrapatofixado à sua pele, na região do tornozel, o carrapato foi removido e descartado. Após 6 dias, o paciente apresentou sinais e sintomas clínicos agudos (febre, mal-estar geral, inchaço inguinal e lesão com centro necrótico). O paciente enviou para o laboratório de seção técnica de Doenças Vinculadas a Vetores do Instituto Pasteur, SES-SP,  dois espécimes de carrapato que estavam parasitando o seu cão, assim como parte da crosta necrótica formada no local de parasitismo do carrapato. Os carrapatos foram identificados como um macho e uma fêmea de A. ovale. O material biológico dos carrapatos e humano foi processado por biologia molecular utilizando-se DNA extraído, utilizando-se os primers  para genes alvo de riquétsias: ompA e gltA e sequenciamento do DNA pelo método sanger. O mateiral testado foi positivo para os dois genes e os fragmentos foram 100% similar a R. parkeri. 

Conclusão

Este é o primeiro relato de caso humano confirmado molecularmente em Caraguatatuba, no litoral norte do Estado de São Paulo, e também, é o sexto relato documentado no Brasil de infecção causado por R. parkeri cepa Mata Atlântica em humanos, com provável associação ao parasitismo de um carrapato A. ovale, através da detecção e sequenciamento genético de DNA do agente etiológico em fragmento da escara de inoculação, assim como em carrapatos vetores.

Área

Eixo 11 | 2.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Febre maculosa

Autores

Michellin Pereira Albuquerque, Thiago Fernandes Martins, Ludia Barboza Leite, Laura Melissa Dallagnol Stammer, Adriano Pinter