Dados do Trabalho
Título
Febre Oropouche integrada a abordagem de uma só saúde no Sudeste do Brasil
Introdução
A Febre Oropouche (ORO) é uma arbovirose que cursa com sintomatologia inespecífica, sendo facilmente confundida com outras arboviroses. Endêmica na Região Amazônica, o aumento da incidência e expansão territorial da doença para outras regiões do país vem chamando atenção nos últimos meses, principalmente após o primeiro registro de óbito pela doença ter sido realizado no Brasil, além da confirmação da transmissão vertical do vírus, promovendo morte fetal. Os principais vetores urbanos apontados na cadeia epidemiológica da doença são o Culicoides paraensis e o Culex quinquefasciatus, cuja presença já foi descrita em todo território nacional, incluindo a Região Sudeste, que vem registrando aumento da incidência da ORO nos últimos meses. Diversos mamíferos são apontados como reservatórios silvestres do vírus, incluindo a preguiça e os primatas não humanos, porém o principal reservatório urbano é o ser humano.
Objetivo (s)
Nesse contexto, o objetivo deste estudo é investigar as variáveis ambientais relacionadas à ocorrência e manutenção dos vetores da doença que podem contribuir para o potencial aumento da magnitude e expansão da ORO nos estados do sudeste.
Material e Métodos
Para isso, foram utilizados dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em 2024, foram notificados 664 casos confirmados da ORO na Região Sudeste, sendo 432 no Espírito Santo, 148 em Minas Gerais, 79 no Rio de Janeiro e 5 em São Paulo.
Resultados e Conclusão
A região sudeste apresenta a maior densidade populacional e a maior taxa de urbanização do país, sendo caracterizada principalmente pelo clima tropical em áreas cobertas pela Floresta Tropical, Cerrado e Caatinga, além de possuir duas grandes bacias hidrográficas e um relevo acidentado com muitos cursos d’água. Além desses aspectos naturais, que fornecem condições à ocorrência dos vetores, a pressão antrópica em suas áreas urbanizadas e o processo de urbanização desassistido, com saneamento ambiental inadequado, contribuem para sua reprodução e manutenção nas cidades. Portanto, a existência de características ambientais naturais e antrópicas favoráveis ao desenvolvimento dos vetores urbanos da ORO aliada ao expressivo aumento da incidência da doença, evidencia a necessidade do desenvolvimento de estudos sobre a densidade, dispersão e infecção natural dos vetores da ORO na Região Sudeste, a fim de contribuir para uma maior compreensão do risco de transmissão autóctone da doença no sudeste brasileiro.
Palavras Chave
Arbovirose; Oropouche; Vigilância; One health
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Autores
Thaina Aparecida Pereira Moura Cerqueira, Luana Oliveira Silva, Isabelle Oliveira Santiago, Ana Beatriz Cotta Coelho, Barbara Souza Fachi Fornari, Luany Thomazinho Silva Borges, Clayton Bernardinelli Gitti, Cheryl Gouveia