Dados do Trabalho
Título
PESQUISA DE RIQUÉTSIAS EM CARRAPATOS COLETADOS EM GAMBÁS DE ORELHAS PRETAS (Didelphis aurita) EM PARQUES METROPOLITANOS DA GRANDE SÃO PAULO
Introdução
Ao se pensar em zoonoses, a proximidade entre reservatórios e os humanos, bem como a presença dos vetores são fatores importantes para transmissão de doenças. Dessa forma, animais sinantrópicos, como os gambás de orelhas pretas (Didelphis aurita), que podem carregar ectoparasitas e patógenos potencialmente infecciosos, são espécies de interesse em saúde pública. As bactérias do gênero Rickettsia, cujas algumas espécies podem gerar um quadro infeccioso febril agudo podendo evoluir para manifestações sistêmicas, como é o caso da Febre Maculosa Brasileira (FMB), por exemplo, são transmitidas por algumas espécies de carrapatos.
Objetivo (s)
O presente trabalho teve como objetivos identificar os carrapatos presentes em D. aurita capturados em parques florestais metropolitanos em São Paulo-SP, e avaliar a presença de Rickettsia nos carrapatos coletados.
Material e Métodos
Entre março de 2020 e dezembro de 2022, foram inspecionados gambás, em nove parques florestais da região metropolitana de SP, para a presença de carrapatos. Esses parasitas foram coletados, armazenados em álcool 70% e destinados ao Instituto Pasteur, onde foram identificados com base em chaves taxonômicas e passaram por testes moleculares com marcadores ompA e gltA para detectar a presença de Rickettsia. As atividades foram desenvolvidas dentro do Programa de Controle da Doença de Chagas em SP, que faz o monitoramento de gambás autorizadas pelo ICMBio (nº 72880-11).
Resultados e Conclusão
Foram capturados 65 espécimes de gambás e deles coletou-se 178 carrapatos de diferentes espécies e estágios de desenvolvimento: Ixodes loricatus (114 adultos), Amblyomma dubitatum (13 ninfas), Amblyomma sculptum (2 adultos e 3 ninfas) e Amblyomma sp. (46 larvas). Os testes moleculares identificaram Rickettsia bellii em Ixodes loricatus e Rickettsia sp. em Amblyomma dubitatum. Um dado importante foi à presença de Amblyomma sculptum, que é o principal vetor da FMB, parasitando esses marsupiais. Esses dados demonstram a importância de realizar mais investigações referentes as riquetsioses em D. aurita e outras espécies sinantrópicas que possam vir a atuar como reservatórios dessas bactérias próximo a ambientes de circulação humana. Os dados compilados permitem obter um panorama mais abrangente sobre a dispersão das riquétsias e de seus vetores. Apoio financeiro: FESIMA – CAF 045/2021. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; FAPESP Processo n° 2019/03167-0, 2020/05987-1.
Palavras Chave
Marsupiais; Rickettsia; Ixodidae; Parques urbanos; Saúde Pública
Área
Eixo 11 | 2.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Febre maculosa
Autores
Ludia Barboza Leite, Michellin Pereira Albuquerque, Laura Melissa Dallagnol Stammer, Rubens Antonio Silva, Vera Aparecida Oliveira Estevão, Adriano Pinter, Thiago Fernandes Martins