Dados do Trabalho


Título

Aspectos clínico-epidemiológicos e tendências temporais da Hanseníase no período 2010 a 2022, em Rio Branco, Acre, Brasil

Introdução

A hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae, é uma doença infectocontagiosa negligenciada de grande relevância para a saúde pública mundial. O Brasil, um país endêmico, possui políticas de proteção social que estão associadas à redução da incidência nas últimas décadas.

Objetivo (s)

Nesta perspectiva, este trabalho tem como objetivo descrever os aspectos clínico- epidemiológicos e a tendência temporal da hanseníase no município de Rio Branco, Estado do Acre, Brasil, no período de 2010 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, a partir da análise de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado pela Diretoria de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco, Acre. Os dados da população foram obtidos do TABNET/DATASUS e do IBGE. Foi realizada análise descritiva dos dados e calculada a taxa de detecção de casos novos (TDCN) por 100.000 habitantes, utilizando o software EpiInfo (CDC, Atlanta, USA), versão 7.2.3.1.

Resultados e Conclusão

No período de 2010 a 2022, foram confirmados 893 casos, sendo 59,1% (n=528) em pessoas do sexo masculino, 81,6% (n=729) em moradores de zona urbana e 89% (n=795) em pessoas autodeclaradas pardas. A faixa etária com maior frequência de casos, foi de 20-34 anos, com 31,5% (n=281), sendo que 7% (n=62) dos casos foram detectados em menores de 15 anos. Em relação a escolaridade, 54,08% (N=483) possuíam até o ensino fundamental. Quanto ao modo de detecção dos casos, 34,9% (n=312) foi por meio de encaminhamento e 37% (n=330) por exame de contatos. A forma clínica mais frequente foi a dimorfa, com 57,2% (n=511), seguida da tuberculóide, com 24,4% (n=218). Dos casos detectados, 85,2% (n=761) foram casos novos e 9,6% (n=86) eram casos de recidivas da doença. O ano de 2010 registrou a maior taxa de detecção de casos novos (33,4% - n= 117), com redução de 77,5% até o ano de 2020. Já os anos de 2021 (TDCN 9,3% - n=39) e 2022 (TDCN 12,3% - n= 45), observou-se um aumento de 64,5%. Estes dados sugerem que houve uma tendência decrescente nas taxas de detecção de hanseníase de 2010 a 2020, mesmo com o impacto da pandemia da COVID-19 para os anos de 2020 e 2021, mas no município, há necessidade de implantação de programas e ações para reconhecimento, prevenção e controle da doença em áreas com maior risco de transmissão.

Palavras Chave

Epidemiologia; Mycobacterium leprae; Saúde Pública; Indicadores de saúde

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras Microbactérias humanas e veterinárias

Autores

Diogo Antonio Ávalo de Moraes, Leilândio Siqueira de Souza, Lucia Monteiro Dias Gomes, Eliane Ferreira de Campos Oliveira, Leandro Siqueira Souza