Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS, MINAS GERAIS, BRASIL.

Introdução

A leishmaniose visceral (LV) é uma grave enfermidade, presente nas cinco regiões geográficas do Brasil, sendo sua urbanização um desafio para Saúde Pública. O cão é o principal reservatório urbano do parasito causador da enfermidade e casos autóctones de leishmaniose visceral canina (LVC) foram identificados em 25 dos 27 Estados brasileiros. O município de Divinópolis, Centro Oeste de Minas Gerais, considerado endêmico para LVC, teve o primeiro caso de LV humana notificado em 2007. Desde então e até 2020, 29 casos humanos com cinco evoluções a óbito foram notificados. Trabalho realizado em 2013 mostrou prevalência de 4,6% de LVC em amostra de 3.652 cães abrangendo toda a área urbana do município. Desde então, a única medida de controle da LVC adotada continuamente no município foi realização de testes sorológicos (imunocromatografia rápida e Elisa) em cães suspeitos e eutanásia dos sororreagentes.

Objetivo (s)

Determinar a prevalência de LVC entre cães domiciliados na área urbana do município de Divinópolis, MG, entre janeiro/2018 a janeiro/2020.

Material e Métodos

Foram avaliados aleatoriamente por teste de imunocromatografia rápida TR-DPP® (triagem), 3.205 cães domiciliados nas 11 regiões de Saúde de Divinópolis, conforme metodologia pelo Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral do Ministério da Saúde. Dos sororreagentes pelo TR-DPP®, foram coletadas amostras de sangue para realização do teste ELISA (confirmatório), realizado no Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal de São João del-Rei. Utilizou-se kits produzidos pela Bio-Manguinhos/FIOCRUZ e fornecidos pela Secretaria do Estado da Saúde e Fundação Ezequiel Dias (FUNED).

Resultados e Conclusão

Das 3.205 amostras, 336 (10,4%) foram reagentes pelo TR-DPP® e destas, 226 confirmadas por ELISA, sendo 7,1% a prevalência de LVC no município. Dos 226 cães sororreagentes, 102 (45,1%) foram eutanasiados após autorização dos tutores, 57 (25,2%) ficaram com os tutores mediante assinatura de termo de responsabilidade, 20 (8,8%) vieram a óbito entre coleta e entrega dos resultados e 47 (20,8%) não tiveram seus tutores encontrados para entrega do resultado, ou se negaram a saber. Constatou-se aumento significativo entre a prevalência de LVC no atual estudo (7,1%) e a detectada em 2013 (4,6%) (p=0,000017). Isso mostra que as eutanásias de animais com LVC entre o primeiro e segundo estudo não levou à redução da LVC no município. A partir deste resultado, ações estão sendo implementadas pelo município para o controle desta zoonose.

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral Canina; Diagnóstico imunológico; Epidemiologia; prevalência

Área

Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose

Autores

Marcella Oliveira Gama-Melo, Janice Oliveira Soares, Alex Marcelino Borges, José Ronaldo Barbosa, Gilberto Fontes