Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DA CIRCULAÇÃO E VARIABILIDADE DO VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (VSR) NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE: PERCEPÇÕES DE 2023 A JUNHO DE 2024

Introdução

As infecções pelo vírus sincicial respiratório (VSR) representam um significativo fardo global entre as doenças respiratórias, especialmente por serem a principal causa de bronquiolite na infância. Esse impacto destaca a importância de investigar a variabilidade genética do VSR, especialmente os subgrupos circulantes VSR-A e VSR-B.

Objetivo (s)

Descrever a epidemiologia e o padrão de circulação das cepas de VSR isoladas nos estados da região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Roraima) e da região Nordeste (Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte), entre janeiro de 2023 a junho de 2024.

Material e Métodos

Os dados do estudo são apresentados de forma agregada (não permitindo a identificação individual dos participantes), dispensando a aprovação prévia do comitê de ética, pois se referem a amostras de RNA viral extraídas de indivíduos com infecção respiratória aguda enviadas para diagnóstico viral. Essas amostras foram encaminhadas sistematicamente ao Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Evandro Chagas, que é referência regional na Rede de Vigilância da Gripe. A análise dos dados consistiu em duas etapas principais: (a) detecção dos subgrupos por RT-qPCR e (b) análise das frequências relativas e absolutas das informações epidemiológicas associadas às amostras.

Resultados e Conclusão

Foram coletadas 7.801 amostras, das quais 4,63% (361/7801) testaram positivo para VSR. Em 2023, o VSR-A predominou, representando 81,19% (82/101) das amostras tipificadas. Até junho de 2024, o VSR-A continuou a dominar, com 86,3% (63/73) das amostras. Por outro lado, a circulação do VSR-B foi menos expressiva, correspondendo 18,81% (19/101) das amostras em 2023 e 13,70% (10/73) até junho de 2024. Em relação ao perfil sazonal, uma maior circulação viral foi observada durante abril-maio nos respectivos períodos do ano. Uma forte relação foi observada entre a infecção e a idade, especialmente em crianças menores de 5 anos. A maioria dos casos positivos, 91,74% (322/351) ocorreu nessa faixa etária, com destaque para crianças com menos de 1 ano, que representaram 66,95% (235/351) das amostras positivas. Em suma, o VSR-A predominou, com uma maior circulação de casos nos meses de abril e maio. A relação entre a infecção por VSR e a faixa etária infantil destaca a vulnerabilidade desse grupo. Esses resultados ressaltam o monitoramento contínuo das cepas de VSR para melhor compreender sua dinâmica e impacto na saúde pública nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.  

Palavras Chave

Vírus Sincicial Respiratório; Infecções Respiratórias; Epidemiologia; variabilidade genética; Sazonalidade

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Autores

Daniela Pereira Lopes, Amanda Mendes Silva Cruz, Luana Soares Barbagelata, Wanderley Dias das Chagas Junior, Agatha Monike Silva Nunes, Mirleide Cordeiro dos Santos, Fernando Neto Tavares